Varíola dos macacos terá impacto menor que Covid, diz especialista
Em entrevista à CNN, o infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, ressalta que a transmissibilidade e letalidade da doença são menores
O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, afirmou neste domingo (19) que o impacto da varíola dos macacos deve ser menor que da Covid-19 em decorrência da sua baixa transmissibilidade e letalidade menor.
“A gente vê com preocupação [o avanço dos casos], apesar de saber que o impacto dessa doença vai ser bem menor do que foi a emergência de Covid-19. Por conta da sua transmissibilidade menor e também por conta da sua letalidade, ou seja, risco de hospitalização e óbito, menor”, explicou o especialista em entrevista ao CNN Domingo Tarde.
Na próxima quinta-feira (23), a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional para reavaliar a classificação da doença.
“É muito difícil a gente prever o que vai ser decidido nessa reunião Se eles decidirem por declarar uma emergência de saúde pública de impacto internacional, vai ser muito mais para acelerar as pesquisas, ou seja, eventualmente desenvolvimento de vacinas, entender um pouco melhor os mecanismos de transmissão, já que, do ponto de vista de impacto [da varíola dos macacos, não tivemos praticamente nenhum”, previu Croda.
O infectologista ressalta que nenhum óbito pela doença foi confirmado fora do continente africano.
Durante a entrevista, Croda ainda frisou as medidas de controle da doença. “Basicamente é importante identificar precocemente os casos fazer o isolamento, justamente para evitar a propagação da doença. O CDC recentemente recomendou o cuidado principalmente com as relações sexuais, principalmente com suspeito e pessoas com lesões suspeitas dessa doença”, detalhou.
Os sintomas da varíola dos macacos são febre, dor no corpo, cansaço, aumento dos gânglios, e posteriormente, aparecimento das lesões de pele. “Primeiro, fican vermelhas, depois, formam bolhas, estouram e formam as cicatrizes”, citou Croda.
Assista a entrevista completa no vídeo acima.