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    Ômicron: variante que ganha terreno é mais transmissível, dizem especialistas

    Nova cepa identificada na Botsuana foi classificada pela OMS como linhagem de preocupação e se sobrepõe à variante Delta

    Nova cepa tem se sobreposto à predominância da Delta em localidades da África do Sul
    Nova cepa tem se sobreposto à predominância da Delta em localidades da África do Sul Josué Damacena/IOC/Fiocruz

    Iuri CorsiniStéfano SallesJoão de Marida CNN

    No Rio de Janeiro e São Paulo

    De acordo com a Rede Corona-ômica, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a nova variante descoberta na Botsuana (B.1.1.529), chamada de variante Ômicron, está relacionada a um aumento abrupto de casos nas últimas semanas na área onde foi detectada na África do Sul, que é uma região com baixa quantidade de pessoas vacinadas.

    A nova cepa tem se sobreposto à predominância da Delta, que respondia até então pela maioria dos casos no país africano.

    Para o coordenador nacional da rede, o virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, há grandes indícios, proporcionados pelo número e perfil de mutações contidas na linhagem, de que essa venha a ser definida adiante, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma variante de preocupação.

    Na tarde desta sexta-feira (26), a hipótese de Spilki foi confirmada, e a linhagem B.1.1.529 do novo coronavírus, a variante Ômicron, foi classificada pela OMS como variante de preocupação. A decisão aconteceu após reunião de urgência convocada pelo grupo de trabalho sobre a Covid-19 da organização.

    A análise se deve às características, que apontam para que essa seja uma linhagem com maior facilidade de transmissão.

    “Outra preocupação é que a variante se espalha em uma região que tem predominância da Delta, o que denota que essa cepa tem uma alta transmissibilidade. Ela também traz uma quantidade de mutações muito grande”, disse Spilki. “A maioria delas, que já conhecemos os efeitos in vitro, está relacionada a uma maior transmissibilidade e com escape parcial de anticorpos. Então devemos ter uma variante que merece um cuidado especial, pelo potencial para se disseminar significativamente”, completa.

    Apesar de pontuar que ainda faltam informações acerca da nova variante, Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diz que, do ponto de vista sanitário, é importante ter restrições até que se esclareça tudo sobre a cepa. Posição diferente da emitida nesta sexta-feira pela OMS, que entendeu que, neste momento, “a implementação de medidas restritivas a viagens não é recomendada”.

    Bloqueios a países do sul da África

    Segundo um levantamento feito pela CNN, até a tarde desta sexta-feira, ao menos 19 nações já anunciaram bloqueios a países do sul da África. A OMS convocou uma reunião de especialistas em Genebra, nesta sexta-feira, para avaliar a nova variante B.1.1.529.

    Nesta sexta-feira, a Anvisa recomendou a adoção de medidas restritivas para voos e viajantes oriundos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Na mesma data, a linhagem foi identificada na Bélgica e em Israel. No entanto, ainda não há casos confirmados ou suspeitos dela no Brasil.

    Uma variante é considerada de preocupação pela OMS quando cientistas apontam que ela tem um dos seguintes pontos: aumento da transmissibilidade, aumento da virulência ou diminuição do efeito das terapias e medidas conhecidas contra a Covid-19, como a vacinação.