‘Variante Delta está entrando em solo nacional devagar’, alerta diretora da SBIm
Melissa Palmieri diz que não se deve escolher vacina e que é cedo para se pensar em uma terceira dose
A variante Delta do coronavírus está se instalando no Brasil e requer atenção, alerta a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Melissa Palmieri, em entrevista à CNN neste sábado (17). Só no Rio de Janeiro, 23 casos foram confirmados, segundo a secretaria municipal de Saúde.
“Essa variante Delta é mais transmissível. São feitas as investigações epidemiológicas e não se detectam às vezes histórico de viagem internacional ou contato com alguém que tenha viajado, o que significa que ela está devagar entrando em solo nacional. Isso preocupa pelo risco de reinfecção e o risco de um grande contingente de população não vacinada ter a infecção”, explica.
Ela avisa que, embora os sintomas possam ser confundidos com o de uma gripe, “não dá para banalizar e dizer que é uma variante tranquila que dará sintoma gripal simples. É preciso se manter alerta”.
Quem pode deve se vacinar o mais rápido possível, diz a especialista. “Todas as vacinas disponíveis e aprovadas pela Anvisa apresentaram uma excelente performance na prevenção de hospitalização e mortalidade. Sabemos que existe o risco de se infectar, mas todas as vacinas vão prevenir da hospitalização”.
Não se deve ficar esperando por algum imunizante específico. “Escolher vacina é uma escolha totalmente equivocaa, a pessoa tem que ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) feliz por ter acesso a um produto que a maioria do mundo ainda não conseguiu e estará se prevenindo de um desfecho grave”.
Melissa afirma que não é hora de pensar em dose de reforço. “Vivemos no Brasil uma escassez de vacinas, por isso a discussão de uma terceira dose ainda é um pouco distante. Ampliar a primeira dose e acelerar a segunda, combinada com uso de máscara e evitar aglomeração, é ação estratégica para diminuir a circulação do vírus”.
A diretora da SBim diz ainda que é perda de tempo ficar medindo anticorpos após receber o imunizante. “Hoje não temos nenhum teste comercial que vá atestar se estou protegido ou não. Se faz esse teste, der um número alto e daqui a dois meses ele desaparecer, o que vou fazer com essa informação? Estou protegida, temos que continuar confiando nas vacinas e atendendo ao que as sociedades científicas tem falado que esses testes não servem para nada, só para causar discórdia, causando dúvidas sobre a imunização”.
* (supervisionada por Elis Franco)