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    Vacinação contra gripe foi ampliada após baixa adesão de grupos prioritários, explica especialista

    Em entrevista à CNN, infectologista e vice-presidente da SBIm, Renato Kfouri, disse que é importante população mais vulnerável se vacinar apesar da liberação para todos

    Layane SerranoLéo Lopesda CNN , em São Paulo

    A partir desta segunda-feira (15), toda a população acima de seis meses de idade poderá se vacinar contra a gripe após determinação do Ministério da Saúde.

    Desde 10 de abril, a campanha de imunização contra o vírus Influenza é recomendada para os grupos considerados prioritários – aqueles com maior risco de desenvolver casos graves da doença.

    Em entrevista à CNN neste domingo (14), o infectologista Renato Kfouri explicou que a decisão da ampliação da oferta das doses foi tomada pelas autoridades após uma baixa adesão da população prioritária.

    “Infelizmente, nesse ano, só 30% dessa população-alvo mais vulnerável compareceu [para se vacinar]. Então é óbvio que vamos liberar a vacina para todos. Não vamos desperdiçar doses”, disse o vice-presidente da Sociedade Brasileira Imunizações (SBIm).

    De toda forma, ele reforçou a importância que os grupos mais vulneráveis compareçam se vacinar mesmo que a oferta tenha sido ampliada.

    “Quase todo ano repete-se a mesma porcentagem de casos graves: sete de cada dez indivíduos hospitalizados ou que morrem de gripe são desses grupos de risco”, declarou.

    Kfouri explicou que o grupo prioritário segue a mesma lógica da imunização contra Covid-19.

    “Acima de 60 anos, porque a idade é um fator primordial no desenvolvimento das formas graves. As crianças também. Elas desempenham papel importantíssimo na transmissão da doença. Gestantes, e a grávida não apenas se protege de complicações na gravidez, mas também protege o bebê, diminuindo prematuridade e anticorpos pela placenta e leite materno”, elencou.

    “E todos aqueles que têm algum fator de risco: alguma imunidade mais rebaixada ou alguma comorbidade, diabético, aquele que tem doença cardíaca, renal, o hipertenso, quem faz uso contínuo de medicações”, concluiu.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a ampliação da oferta da vacina tem por objetivo reduzir a incidência da doença respiratória, que pode levar a quadros graves, internações e mortes.

    Além disso, segundo a pasta, a orientação atende a pedido de estados e municípios, que podem usar as vacinas em estoque e adotar estratégias locais para operacionalizar a imunização, atendendo às realidades de cada região.

    A vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou no dia 10 de abril.

    Até o momento, aproximadamente 21 milhões de pessoas receberam a vacina contra a Influenza, o que representa cerca de 30% do grupo prioritário. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um dos grupos prioritários.

    A composição da vacina muda a cada ano, conforme as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como o vírus influenza sofre constantes mutações, é importante tomar a vacina atualizada todos os anos para manter a proteção.

    A vacina contra o vírus influenza não é capaz de provocar gripe, ao contrário dos boatos que circulam nas redes sociais todos os anos. As doses são compostas por vírus inativados, portanto, não podem induzir o desenvolvimento da doença. Entre os possíveis efeitos da vacina estão uma sensação de dor no corpo ou eventual febre baixa, que tendem a desaparecer em poucos dias.

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