Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Vacina própria da Fiocruz contra Covid-19 pode ter testes em humanos em 2021

    Fundação Oswaldo Cruz desenvolve dois projetos próprios de vacina; o mais promissor seguirá com os testes clínicos no próximo ano

    Isabelle Resende e Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz trabalha em dois projetos próprios de imunizantes contra a Covid-19 que podem chegar à fase de testes em humanos, o chamado teste clínico, em 2021.

    Segundo o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Sotiris Missailidis, ambas estão em testes pré-clínicos, em laboratório, e devem passar por uma nova etapa de testes em animais conhecida como “estudo de desafio”. As vacinas já foram aprovadas na fase de imunogenicidade e toxicidade em animais, o que significa que produziram resposta imune sem prejudicar a saúde das cobaias.

    Caso esses experimentos tenham resultados positivos ao longo do ano que vem, a expectativa é que uma dessas vacinas esteja disponível em 2022. No próximo passo, os pesquisadores vão conferir como cobaias vacinadas responderão à exposição ao SARS-CoV-2. Por envolver o vírus em condições de causar infecção, o teste aguardava disponibilidade de um laboratório de biossegurança elevada (NB3) e está programado para ocorrer ainda neste mês. O vice diretor de Biomanguinhos explicou que os dois projetos não competem com as linhas de produção que serão usadas para produção da vacina de Oxford/AstraZeneca.

    Leia também:
    Anvisa vai à China verificar condições de fábricas de insumos para vacina
    Pfizer diz que países mais pobres vão pagar preços menores por dose de vacina
    Governo federal avança em conversas para comprar vacina da Pfizer

    fiocruz testes coronavírus
    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) faz estudos sobre o novo coronavírus
    Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz 

    Após a etapa de testes, Bio-Manguinhos vai escolher qual das duas propostas de vacina é mais promissora para seguir para os testes clínicos no ano que vem. O vice-diretor de Bio-Manguinhos destaca que é importante prosseguir com a pesquisa, independentemente do sucesso dos testes da vacina AstraZeneca/Oxford, cuja oferta total em 2021 deve chegar a 210 milhões de doses, em um esquema de vacinação que, a princípio, prevê duas doses por pessoa. Todas essas projeções ainda dependem da confirmação da segurança e da eficácia da vacina, com os resultados dos testes clínicos de Fase 3 e o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    Para o pesquisador, ter uma vacina própria, com que você pode garantir o mercado nacional, com a mesma eficácia de vacinas de grandes farmacêuticas, é muito importante para as instituições públicas, para a saúde e para a ciência brasileiro. Segundo Missailidis, o Brasil poderia, então, exportar uma vacina própria para ajudar no combate à pandemia internacionalmente.

    Tópicos