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    Vacina contra a malária apresenta eficácia de 77%, diz Oxford

    Imunizante que ainda está na fase de testes é o primeiro a cumprir a meta da OMS; expectativa é produzir 200 milhões de doses por ano

    Sharon Braithwaite, Duarte Mendonca e Tara John, CNN

     

    Uma vacina contra a malária mostrou eficácia recorde durante testes da fase 2, revelou um estudo divulgado nesta sexta-feira (23) pela Universidade de Oxford, aumentando as esperanças de que uma das doenças mais mortais do mundo possa ser controlada.

    O imunizante, desenvolvida por Oxford e conhecido como R21, mostrou eficácia de até 77% em um ensaio com 450 crianças em Burkina Faso, país da África Ocidental, durante 12 meses. De acordo com a instituição, que a injeção foi a primeira a cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de uma vacina contra a malária com pelo menos 75% de eficácia.

    “Esses são resultados muito empolgantes, mostrando níveis de eficácia sem precedentes de uma vacina que foi bem tolerada em nosso programa de teste”, disse Halidou Tinto, o principal investigador do estudo. “Estamos ansiosos para o próximo ensaio de Fase 3 para demonstrar dados de segurança e eficácia em larga escala para uma vacina que é muito necessária nesta região.”

    As crianças vacinadas tinham idades entre 5 e 17 meses. Elas foram divididas em três grupos, e os pesquisadores relataram que o grupo de dose mais alta tinha 77% menos probabilidade de contrair a doença, “e 71% no grupo de dose mais baixa, ao longo de 12 meses de acompanhamento”, informou o comunicado. Também foi observado que “não houve eventos adversos graves relacionados à vacina”.

    Fase 3

    Os pesquisadores, juntamente com os parceiros comerciais, o Serum Institute of India e a farmacêutica Novavax, estão agora recrutando voluntários para um ensaio de Fase 3 “para avaliar a segurança e eficácia em larga escala em 4.800 crianças, com idades entre 5 e 36 meses, em quatro países africanos”. 

    No futuro, a expectativa é produzir pelo menos 200 milhões de doses por ano, o que teria um “grande impacto na saúde pública se o licenciamento for obtido”, destaca a universidade.

    A malária é uma doença parasitária transmitida pela picada de fêmeas do mosquito Anopheles. É evitável e tratável, mas estima-se que 435 mil pessoas morram por ano, sendo a maioria crianças menores de cinco anos.

    A região africana foi o lar de 94% de todos os casos e mortes por malária em 2019, de acordo com a OMS. “A malária é uma das principais causas de mortalidade infantil na África”, disse Charlemagne Ouédraogo, Ministro da Saúde de Burkina Faso, em comunicado.

    As larvas de Anopheles stephensi
    As larvas de Anopheles stephensi estão agora “abundantemente” em recipientes de água em cidades da Etiópia. Essa espécie é o principal vetor de mosquitos da malária na Índia urbana
    Foto: Radboud University Medical Center/ CNN/ Reprodução

    “Temos apoiado os ensaios de uma série de novas vacinas candidatas em Burkina Faso e esses novos dados mostram que o licenciamento de uma nova vacina contra a malária muito útil poderá acontecer nos próximos anos. Essa seria uma nova ferramenta extremamente importante para controlar a malária e salvando muitas vidas”.

    (Esse texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)

    Um médico testa uma criança para malária no Hospital Ithani-Asheri em Arusha
    Um médico testa uma criança para malária no Hospital Ithani-Asheri em Arusha, na Tanzânia
    Foto: Reuters

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