USP pesquisa se genética influencia imunidade à Covid-19
Estudo analisa amostra de casais e idosos curados
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) está investigando por que algumas pessoas não se infectam com o novo coronavírus mesmo estando próximas de outras que foram diagnosticadas com a Covid-19. Diretora do Centro de Pesquisas sobre o genoma humano e professora da USP, a geneticista Mayana Zatz explicou para a CNN como a genética pode influenciar na imunidade à doença.
“Observamos pessoas que têm a mesma mutação com doenças genéticas, que podem ter uma forma grave, leve ou ficarem assintomátocas da doença. Começamos a ver que isso também estava acontecendo com o novo coronavírus, pessoas infectadas podiam ter um quadros muito grave, alguns vão a óbito, enquanto outros têm formas leves ou permanecem assintomáticos”, explicou.
A especialista informou que a pesquisa estuda casais ou pessoas que moram na mesma casa onde alguém apresentou sinais clínicos da Covid-19, mas o outro não apresentou nenhum sintoma. “O que mais chama a atenção são casais que dormem na mesma cama e um deles apresenta o quadro clínico e o cônjuge não apresentou absolutamente nada”, destacou.
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Segundo Mayana, a pesquisa busca identificar a frequência na população de pessoas consideradas “resistentes”. “Queremos estudar essas pessoas e entender o que determina a imunidade. Estamos fazendo um colaboração com o grupo de Imunologia da faculdade de medicina, que vão estudar essa parte imunológica. Quando divulgamos na mídia que queríamos fazer essa pesquisa, 500 casais escreveram que estavam nessa situação.” A USP também tem interesse em ouvir idosos centenários resistentes ou que tiveram Covid-19.
(Edição: Leonardo Lellis)