UE anuncia doação de 100 mi de doses; Covax terá mais vacinas de farmacêuticas
Presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen afirmou que bloco deve realizar doações até o fim do ano
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Farmacêuticas e líderes europeus anunciaram nesta sexta-feira (21) novos esforços para fazer com que as vacinas contra Covid-19 cheguem aos países mais pobres.
A União Europeia informou que doará ao menos 100 milhões de doses até o final de 2021, de acordo com uma declaração da presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, incluindo 30 milhões da Alemanha e da França, cada. Ela também prometeu 1 bilhão de euros (o equivalente a R$ 6,49 bilhões) para a construção de fábricas de vacina na África.
Durante a conferência de saúde do G20, a Pfizer e a BioNTech se comprometeram a entregar 1 bilhão de doses da vacina desenvolvida em conjunto por elas até dezembro deste ano, e outro bilhão em 2022.
“A Pfizer e a BioNTech estão se comprometendo a entregar 2 bilhões de doses das nossas vacinas para Covid-19 para países de renda média e baixa ao longo dos próximos 18 meses”, disse Albert Bourla, diretor-executivo da Pfizer em uma conferência global de saúde.
A Johnson & Johnson também informou, durante a conferência, que irá fornecer até 200 milhões de doses do imunizante dela até o fim do ano ao consórcio Covax, administrado pela Gavi e pela OMS.
“Apoiamos fortemente a missão da Covax e temos o prazer de anunciar que firmamos um acordo com a Gavi, com a meta de fornecer até 200 milhões de doses para a Covax até o final de 2021. Ficaremos em estreita discussão com a Gavi para o potencial fornecimento de mais 300 milhões de doses em 2022, somando até 500 milhões de doses”, disse Paul Stoffels, diretor-médico da empresa.
A missão do Covax é comprar vacinas contra Covid-19 em grandes quantidades e enviá-las para as nações mais pobres, que não podem competir com os países ricos na obtenção de contratos com as principais empresas farmacêuticas.
‘Compartilhar dólares e doses’
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 1,53 bilhão de doses da vacina foram administradas em todo o mundo, mas apenas 1% dessas no continente africano.
“Conforme nos preparamos para a próxima pandemia, nossa prioridade deve ser garantir que todos nós superemos a pandemia atual juntos. Devemos vacinar o mundo e fazer isso logo”, disse o premiê Mario Draghi, da Itália, que sedia o evento.
O filantropo norte-americano Bill Gates disse que mais de 80% dos primeiros bilhões de vacinas foram para países ricos, contra 0,2% para nações de baixa renda. “Se não fecharmos essa imensa lacuna, mais pessoas morrerão sem necessidade. Há duas ações imediatas que os países podem tomar: compartilhar dólares e doses”.
Nas declarações, os líderes mundiais reconheceram a importância do chamado ACT-Accelerator, um projeto da OMS para distribuir vacinas, medicamentos e testes da Covid-19, do qual o Covax é um dos pilares.
No entanto, ao contrário do que era esperado, os pronunciamentos não incluíram um compromisso de financiar completamente a iniciativa, para qual ainda faltam US$ 19 bilhões.
“O desenvolvimento rápido de vacinas para Covid-19 é um triunfo da ciência, mas a distribuição desigual é uma falha para a humanidade”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na reunião virtual.
As vacinas contra a Covid-19 garantem proteção porque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.
Embora não impeçam o contágio e nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
(*Com informações da Reuters e da CNN Internacional)