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    Transmissão comunitária da variante delta era questão de tempo, diz especialista

    À CNN, Ethel Maciel disse que hora é de cautela, já que número de casos pode aumentar sem termos controlado a pandemia

    Amanda Garcia e Bel Campos, da CNN Rádio

     A transmissão comunitária da variante delta do coronavírus (B.1 617.2) – ou seja, aquela em que o contágio não é de pessoas que viajaram ou tiveram contato com pessoas que estiveram em países com casos da cepa – “era questão de tempo” no Brasil. Esta é a avaliação da epidemiologista Ethel Maciel, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (16). Há casos autóctones da variante confirmados em São Paulo e no Rio de Janeiro.

    Segundo Ethel, o Brasil “demorou muito a ter qualquer barreira nos aeroportos e as medidas sanitárias foram estabelecidas com atraso.” Isso significou a circulação livre de pessoas que estavam infectadas.

    Ethel Maciel acredita que, na realidade, “muito possivelmente temos muito mais casos da variante delta do que nós sabemos.”

    Ela explicou que o país faz pouco sequenciamento genético para identificar as cepas: “O percentual é pequeno, testamos 0,1% das amostras de casos positivos, é muito pouco, há países que fazem mais de 10%.”

    A epidemiologista destaca que ainda não é possível saber como a variante delta vai se comportar diante da gamma (P.1) identificada em Manaus e que é a predominante no Brasil inteiro.

    Mesmo assim, ela expressou preocupação: “Precisamos ficar muito alertas, nem controlamos a pandemia e poderemos ter aumento de casos, principalmente entre os não-vacinados.”