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    Tetraplégica há três décadas, senadora Mara Gabrilli caminha com exoesqueleto

    Parlamentar quer parceria para "importar" tecnologia para o Brasil

    Adriana De Lucada CNN , em Brasília

    Tetraplégica desde que sofreu um acidente de carro em 1994, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) chamou atenção, nesta sexta-feira (28), ao publicar vídeos nas redes sociais em que aparece andando com a ajuda de um exoesqueleto.

    O equipamento, batizado de Atalante, funciona como um suporte para que pessoas com algum tipo de paralisia possam ficar de pé, eretas, e se moverem em diversas direções com os braços livres.

    Mara experimentou a tecnologia em Nova York, nos Estados Unidos, durante uma missão de três dias. A estrutura e funcionalidades desse exoesqueleto foram criadas por uma startup francesa. O equipamento funciona com uma programação que varia de acordo com a necessidade do paciente, como se inclinar, sentar, levantar ou andar.

    Agora, a intenção de Mara é fazer uma parceria para trazer esse projeto de exoesqueleto para o Brasil. Os “Walk Centers” idealizados por ela seriam locais que funcionariam como centros de condicionamento físico ou de ginástica para pessoas com e sem deficiência. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de dezessete milhões de brasileiros acima de dois anos possuem algum tipo de deficiência.

    No país, já existem aparelhos parecidos com o Atalante e mostram que por aqui a tecnologia também está caminhando. Em 2014, um paratleta deu o chute inicial da Copa do Mundo do Brasil usando um exoesqueleto desenvolvido pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.

    Outro equipamento é esse que funciona na rede de reabilitação Lucy Montoro, que também é um exoesqueleto, mas com uma estrutura diferente. Neste caso, é a máquina que faz todo o movimento. No que a senadora experimentou em Nova York, o paciente consegue andar sozinho.

    Linamara Battistela, que é médica e coordenadora da Rede de Reabilitação Lucy Montoro e professora de medicina física e reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), esteve com a senadora em Nova York para conhecer os impactos dessa tecnologia que tem capacidade de revolucionar o tratamento de reabitação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

    “Ali, a estimulação elétrica funcional vai gerar o movimento dos membros inferiores e vai sustentar o tronco. Com esse estímulo, que simula uma contração muscular, o paciente inicia o movimento e o robô continua. No próximo passo acontece a mesma coisa. Esse sincronismo entre o estímulo eletro funcional e o movimento é o enriquece faz com que a marcha pareça uma coisa tão suave e tão próxima ao movimento humano”, comenta Battistela.

    A Márcia é mãe do Alexandre, um médico que sofreu traumatismo craniano em um acidente de carro aos 24 anos. A família veio do interior do Rio Grande do Sul para se tratar em São Paulo. Com várias sequelas cognitivas, a tecnologia vem ajudando na reabilitação do jovem.

    Alexandre, um médico que sofreu traumatismo craniano em um acidente de carro aos 24 anos / Reprodução/CNN

    “A esperança é que o Alexandre volte a caminhar. Porque ele não teve lesão medular. Então, esse treino vai ajudar ele e muitos outros pacientes a voltar a andar e ter uma vida normal”, cita Márcia.

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