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    Testes de eficácia da Butanvac devem demorar até 6 meses, explica infectologista

    Pesquisador Júlio Croda, da Fiocruz, classificou como 'previsão muito otimista' do governo paulista a finalização dos testes da vacina do Butantan até julho

    Produzido por Juliana Alves, da CNN, em São Paulo

    Infectologista e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda afirmou em entrevista à CNN que o prazo anunciado para entrega de 40 milhões de doses da Butanvac pelo governo paulista é difícil de ser cumprido. Na manhã desta sexta-feira (26), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Instituto Butantan entregará o montante da primeira vacina brasileira contra a Covid-19 a partir de julho.

    Croda ressaltou que estudos das fases 1, 2 e 3 ainda precisam ser realizados, e a última etapa é a mais demorada. “Não é tão rápido que isso acontece. Apesar da capacidade de produção existir pelo Instituto Butantan, por usar tecnologia similar à vacina da gripe, a gente precisa de tempo desses estudos de fase 3 para evidenciar a eficácia da vacina, assim como foi feita com a Coronavac”, destacou.

    “Se lembrarmos o tempo necessário para concluir os estudos de fase 3, foi pelo menos 6 meses. Apesar de capacidade de produção, é necessário que seja concluído os estudos de eficácia para que seja aprovada essa vacina nas agências regulatórias”, completou o infectologista.

    Doria informou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receberá ainda nesta sexta as informações necessárias para iniciar as avaliações que possam permitir o início dos testes da fase 1 em voluntários “imediatamente”. 

    Butanvac Instituto Butantan
    O governo do estado de São Paulo anunciou a criação da Butanvac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida integralmente pelo Instituto Butantan
    Foto: LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

    “Se é uma nova vacina, tem que obedecer todo o rito, fazer estudos de fase 1 e 2, que são mais rápidos, em dois meses dá para fazer eles juntos. Mas os ensaios de fase 3, utilizando uma população maior, de diferentes estados, demora um tempo”, explicou Croda.

    Para o especialista da Fiocruz, é “uma previsão muito otimista” do governo paulista em finalizar os estudos da fase 3, com a aprovação da Anvisa, até maio. “Vai precisar de algum tempo, mais ou menos de três a seis meses para podermos ter os dados de eficácia. Não acredito que em maio a vacina já vai ser disponível para a população.”