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    Tendência é de que casos de Covid-19 estabilizem ou caiam, indicam especialistas

    Boletins do Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da Abrafarma registram leve queda de infectados

    Nathalie Hanna Alpacada CNN* , no Rio de Janeiro

    Após o aumento de infectados pela Covid-19 registrado entre maio e junho, a tendência é que o número de casos da doença permaneça estagnado ou diminua, de acordo com especialistas consultados pela CNN.

    Os boletins recentes do Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) indicam o início de uma leve diminuição.

    Na quarta-feira (13), o Infogripe apontou que, entre 12 de junho e 9 de julho, 79,4% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foram positivo para Covid-19. No dia 4 de junho, esse índice era de 59,6%.

    Já no boletim do dia 8 de junho, a Fiocruz indicou o aumento para 69%, subindo para 80,6% no dia 22 do mesmo mês. Já na primeira semana de julho, os casos da SRAG por Covid-19 iniciaram uma pequena queda, com 79,6%, chegando a 79,4% nesta última divulgação.

    “Estamos com um panorama de desaceleração. Isso porque no momento estamos com basicamente dois cenários distintos entre as metades Norte e Sul do país. A metade Sul, no mês de junho, dá sinais de interrupção no crescimento ou desaceleração significativa de modo geral. Já a metade Norte do Brasil iniciou uma tendência clara de crescimento no mês passado, que ainda se mantém. Essa estabilização na metade Sul faz com que a curva do país apresente essa desaceleração”, afirmou o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes.

    Em relação ao panorama atual, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, diz que o país está em uma fase melhor, mas o vírus continua circulando, portanto, ainda é necessário que a população tenha precaução e use máscaras em ambientes fechados, segundo o especialista. Ele prevê uma diminuição nos casos de Covid-19.

    “Como começamos a ter um aumento nos casos no final de maio, a tendência é termos uma redução, até porque esse é o comportamento que temos visto ocorrer. Ainda há muitos casos no país, mas estão em queda”, disse Chebabo.

    O pesquisador aponta que a diferença registrada entre os municípios pode estar associada à circulação em momentos distintos das novas variantes do coronavírus.

    “Os municípios que começaram com a primeira onda estão apresentando uma diminuição, enquanto há outros que estão aumentando porque demoraram mais tempo a iniciar a onda das novas variantes. O futuro não temos como saber. É possível que tenhamos daqui quatro a seis meses uma nova onda, mas tudo vai depender das variantes e da resposta do imunizante”, analisa o presidente da SBI.

    A Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) também relata que a taxa de positividade em relação aos testes de Covid-19 feitos pelos estabelecimentos no país voltou a cair após sete semanas seguidas de alta.

    De acordo com a instituição, dos 161.101 exames realizados entre os dias 4 e 10 de julho, 32,66% (ou 52.616) foram positivo. O índice da semana anterior a essa foi de 35,18%. Segundo a Abrafarma, a taxa atual foi a menor das últimas três semanas. Ao todo, foram compilados dados de testes realizados em 4.936 farmácias do país.

    Para o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri, é difícil prever o cenário pandêmico dos próximos meses, mas é possível que haja uma estabilização nos casos. Ele destaca que a adesão ao imunizante não está no patamar ideal.

    “Conforme você tem uma onda de casos muito grande, como foi a primeira e a segunda, cria-se um número de vulneráveis suscetíveis, e isso tem reduzido em função da vacinação, que tem sido bastante efetiva para casos graves”, diz Kfouri.

    “Infelizmente, não estamos com uma cobertura que esperávamos, especialmente em relação às três doses. Inclusive, acho que a terceira dose não deveria ser chamada de primeira dose de reforço, ela faz parte do esquema de vacinação. Um indivíduo protegido para a variante que está circulando tem que tomar as três doses, que está com apenas 55% de adesão”, completa.

    *Sob supervisão de Pauline Almeida

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