Técnicos da Anvisa também aprendem com os processos da vacina, diz ex-presidente
Claudio Maierovitch falou à CNN sobre os próximos passos da agência para a autorização do imunizante da Coronavac no Brasil
Ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Claudio Maierovitch explicou, em entrevista à CNN, quais os próximos passos que o órgão deve adotar para a aprovação das vacinas no país. Nesta sexta-feira (8), o Instituto Butantan solicitou o uso emergencial da Coronavac, imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac.
“Os próprios técnicos da Anvisa estão aprendendo com esse processo. Há uma peculiaridade nesse caso porque será a primeira autorização mundial, não se baseia em pedido dado por outro país. Será um registro avaliado em primeiro lugar pela Anvisa”, destacou o médico.
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Maierovitch apontou que, na coletiva realizada na quinta-feira (7) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informações importantes sobre a Coronavac já foram apresentadas. “No entanto, para o registro ou autorização da Anvisa, são necessários dados muito mais detalhados e que certamente estão presentes nessa documentação projetada pelo Butantan”, explicou.
Nesta sexta-feira (8), a Coronavac se tornou a primeira vacina contra a Covid-19 a solicitar o pedido de uso emergencial no Brasil. A Anvisa tem agora um prazo de 10 dias corridos para analisar o processo.
“Existem diferenças entre a autorização emergencial e a rotineira (definitiva). Primeiro, a autorização emergencial só vale para uso em saúde pública e um produto que é autorizado emergencialmente não pode ser comercializado. Mas não deve haver nessa análise nada diferente em relação ao rigor técnico e científico com que se olha para as características da vacina”, afirmou Maierovitch.
(Publicado por: André Rigue)