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    Tatuagem não pode ser relacionada ao câncer, mas aplicação segura depende de assepsia

    Fatores como exposição de pessoas tatuadas ao sol são mais determinantes para desenvolvimento de doença

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    Na edição desta terça-feira (4) do quadro Correspondente Médica, do Novo Dia, a cardiologista Stephanie Rizk abordou os cuidados na hora de se fazer uma tatuagem, após a Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) limitar o uso de mais de 4 mil substâncias de tintas.

    De acordo com a entidade, que estuda os riscos das tatuagens desde 2015, a intenção é evitar problemas causados à saúde por conta dos produtos. As empresas fabricantes de tintas para tatuagem terão um ano para adaptar os produtos com a utilização de novos compostos que não façam mal ao corpo humano.

    Segundo Stephanie Rizk, a toxicidade das tatuagens é constantemente associada às alergias de pele. Os desenhos, porém, também podem levar a outras reações inflamatórias e consequências como infecções, mutações genéticas e até mesmo câncer.

    “Quando você injeta [a tinta] o organismo coloca [para atuar] os macrófagos – que são as células que vão pegar esse pigmento – e entende que é um corpo estranho. Isso acaba gerando um processo inflamatório de uma forma mais aguda”, explicou.

    A médica também destacou a assepsia do estúdio de tatuagem como uma forma de evitar infecções, que podem variar de casos mais leves, tratáveis com a aplicação de pomada, para casos mais graves, que necessitam o uso de medicamentos.

    Rizk minimizou a possibilidade de uma relação direta entre os desenhos e o desenvolvimento de câncer, afirmando que, em boa parte dos casos, o fator ambiental e social são mais decisivos. “Nós sabemos que alguns compostos das tintas têm potencial cancerígeno, mas bater o martelo que a associação existe, isso não é evidência científica. Quando você busca estudos, é muita coisa retrospectiva e que pode ser ao acaso.”

    “Tem relatos na literatura de câncer de pele no local da tatuagem. Não é muita coisa, se juntar tudo não dá 200. É difícil até fazer um estudo, acompanhar quem tem tatuagem e quem não tem para ver a evolução do câncer”, concluiu.

    A cardiologista afirmou que entre os principais cuidados na hora da aplicação está no pedido do cliente de checagem dos produtos utilizados pelo profissional, em especial a tinta vermelha. “Ela é mais difícil até para remoção. Há casos em que o pigmento vai parar no linfonodo [estruturas que filtram substâncias nocivas] e às vezes um paciente acha que tem câncer de mama, mas é só um pedaço da tatuagem”, disse.

    Apesar disso, Rizk defendeu a segurança das tatuagens e pediu para que as pessoas não tenham receio com a aplicação. “Têm a tatuagem artística, que as pessoas adoram, e tatuagem reparadora, então não podemos ter medo. Muitos pacientes com câncer de mama tiram a auréola e fazem a micropigmentação da pele, que é muito importante”, finalizou.

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