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    Suspensão de isolamento muito cedo aumentou mortes no EUA e Brasil, diz análise

    Números avaliados pela CNN mostram que Índia e Rússia estão na mesma situação; países que esperaram queda em curvas estão em melhor situação agora

    Ivana Kottasová e Natalie Croker, da CNN

     

    Países que não pararam suas completamente ou reabriram cedo demais têm mais caso

    Análise feita pela CNN mostra que países que não pararam suas atividades completamente ou reabriram cedo demais – como EUA, Brasil e Índia – são os com maior número de mortos e registros de casos
    Foto: CNN

    A paciência ao remover as restrições de movimentação tomadas para evitar a propagação do coronavírus se mostrou eficaz em todo o mundo, enquanto a suspensão dos bloqueios muito cedo pode ter consequências mortais.

    Uma análise da CNN sobre políticas em 18 países mostrou que a maioria dos que a União Europeia apontou como locais onde a epidemia está sob controle só começou a diminuir suas restrições depois de ter quedas constantes nos novos casos diários de Covid-19.

    Por outro lado, três dos quatro países com maior número de mortos e registros de casos do mundo – Estados Unidos, Brasil e Índia – nunca pararam suas atividades completamente ou começaram a reabrir antes que as contagens de casos começassem a cair.

    A UE aprovou formalmente com um conjunto de recomendações de 15 países que considera seguro o suficiente para permitir que seus residentes viajem para seu território na terça-feira. Para entrar na lista, os países precisam passar por várias condições: o número de novos casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias deve ser semelhante ou inferior aos da UE e devem ter uma tendência estável ou decrescente de novos casos ao longo das últimas duas semanas em comparações com os 14 dias anteriores.

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    O bloco também considerará medidas os países estão tomando, como rastreamento de contatos, e quão confiáveis são os dados de cada país.

    A lista inclui Argélia, Austrália, Canadá, Coréia do Sul, Geórgia, Japão, Montenegro, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia, Tunísia, Uruguai. A China, onde o vírus se originou, também está na lista, mas a UE só permitirá a entrada sob a condição de reciprocidade.

    Uma avaliação da resposta ao coronavírus nos 14 países mostra que eles têm uma coisa importante em comum. Apesar da pressão econômica, a grande maioria recusou-se a deminuir as medidas de distanciamento social enquanto a contagem de casos ainda estava aumentando. E quando eles levantaram seus bloqueios, fizeram isso de uma maneira cuidadosa e faseada.

    Os cientistas dizem que os bloqueios provavelmente impediram centenas de milhões de infecções em todo o mundo. Um estudo de modelagem publicado na revista científica Nature no mês passado estimou que, no início de abril, as políticas de lockdown salvaram 285 milhões de pessoas na China de serem infectadas, 49 milhões na Itália e 60 milhões nos EUA.

    “Acho que nenhum esforço humano salvou tantas vidas em um período tão curto de tempo. Houve enormes custos pessoais em ficar em casa e cancelar eventos, mas os dados mostram que cada dia fazia uma diferença profunda”, afirmou o autor principal do estudo, Solomon Hsiang, professor e diretor do Laboratório de Políticas Globais da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

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    O sucesso de um lockdown depende de várias razões, incluindo se ele foi implementado com antecedência. Não há dois lockdowns iguais; portanto, enquanto pessoas em países como Itália ou Espanha enfrentavam multas se saíssem de suas casas por outras razões que não sejam essenciais, no Japão, ficar em casa é mais uma recomendação do que uma ordem.

    Austrália, Canadá e Nova Zelândia foram rápidos em restringir as viagens, enquanto em outros países, incluindo Argélia, Geórgia e Marrocos, as crianças foram as primeiras a ver o impacto da pandemia quando as escolas fecharam.

    Outras medidas incluíram pedidos para permanecer em casa, fechamento de lojas não essenciais, quarentena e isolamento. Alguns países, como Argélia, Ruanda, Montenegro e China, sofreram surtos após o levantamento das restrições. Isso levou as autoridades a reintroduzir algumas medidas localmente.

    Na China, a capital Pequim foi paralisada parcialmente no mês passado, após uma nova onda de casos ligado a um mercado de alimentos ser detectada. Montenegro retomou a proibição de eventos em massa na semana passada, depois de ver um novo surto de casos após três semanas de ausência de vírus. E em Ruanda, as autoridades de saúde colocaram várias aldeias em um novo bloqueio na semana passada, depois que novos casos surgiram lá.

    Mas as restrições lançadas para combater a doença também foram extremamente prejudiciais para a economia e exacerbaram as desigualdades existentes na educação e no local de trabalho, bem como entre gêneros, raças e contextos socioeconômicos.

    À medida que lojas e escolas fecham e quase todas as viagens cessam, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo se veem subitamente desempregadas. O impacto na economia é uma das razões pelas quais alguns líderes, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, têm pressionado para reabrir rapidamente seus países, mesmo quando especialistas em doenças infecciosas não recomendam a suspensão das restrições cedo demais.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original, em inglês)

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