SUS vai avaliar uso do RegenCov no sistema público, diz Marcelo Queiroga
Coquetel de medicamentos teve o uso emergencial aprovado pela Anvisa; custo pode ser possível impedimento
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (27) que o SUS vai avaliar uso do coquetel RegenCov no sistema público. No entanto, segundo Queiroga, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro para o uso emergencial do medicamento, mas não o registro definitivo.
“Essa medicação ainda não tem publicações na literatura especializada. Provavelmente, aconteça essa publicação em breve. Mesmo assim, submetemos à apreciação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) para que se veja o real impacto, o benefício e se temos condições logísticas de implementar esse tratamento no Brasil”, disse.
Para o ministro, se o tratamento se mostrar seguro, eficaz e couber no orçamento, será disponibilizado para toda a população brasileira por meio do SUS.
Na última terça-feira (20), a Anvisa aprovou o uso emergencial, em caráter experimental, do coquetel contra a Covid-19 composto por casirivimabe e imdevimabe – dois remédios experimentais já utilizados nos Estados Unidos, que a farmacêutica Roche pediu autorização para uso emergencial no Brasil.
Os remédios são uma combinação de dois anticorpos monoclonais que têm como alvo a proteína espicular S do SARS-CoV-2. O coquetel tem por objetivo o tratamento da Covid-19 em adultos e crianças acima dos 12 anos de idade, que pesem no mínimo 40 kg e que não necessitem de suplementação de oxigênio.
A Anvisa destacou que os benefícios conhecidos do medicamento superam os riscos potenciais analisados e atendem a critérios mínimos de qualidade, segurança e eficácia para ser autorizado e permitido o uso emergencial no Brasil. Os dados apresentados pela farmacêutica Roche “dão suporte ao uso emergencial do produto e não se vislumbram um risco à saúde relacionado aos dados faltantes no momento”, diz a Anvisa
Em entrevista à CNN, o gerente-geral de medicamentos da agência, Gustavo Mendes, afirmou que a Anvisa espera que o coquetel possa reduzir significativamente o índice de internações e mortes.
Embora tenha se mostrado confiante em relação à eficácia do medicamento, Mendes admitiu que “a questão do preço do acesso é um desafio a ser superado”. Segundo o gerente da Anvisa, o custo do coquetel pode ser um possível impedimento para o uso amplo do coquetel no Brasil.
“O preço não é regulado pela Anvisa, a câmara de Medicamentos é que define. A questão do preço do acesso é um desafio a ser superado”, afirmou.
Também em entrevista à CNN, a cardiologista Ludhmila Hajjar disse que liberação da Anvisa para uso emergencial dos medicamentos foi recebido com alegria pela comunidade médica diante possibilidade de reduzir internações e representar um novo tratamento contra a doença.
A médica explicou ainda que o coquetel deve se destinar a pacientes com quadros que ainda não estão graves, mas que podem progredir para isso.
“A Anvisa libera para pacientes com PCR positivo, ou seja, diagnóstico de Covid. O médico prescreve uma única injeção na veia dessa combinação dos anticorpos. É para aquele paciente com chance maior de ter gravidade, lembrando dos grupos de risco: idoso, problema cardíaco, respiratório, câncer, diabetes, debilidade do sistema imunológico. Esse paciente tem uma chance reduzida em 70% de ser internado”, ressaltou.
![Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga em entrevista coletiva na frente do ministér Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga em entrevista coletiva na frente do ministér](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/06/34944_DACA5BC9DDC601FB.jpeg)