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    Subvariante BA.5: estudos indicam riscos de reinfecção, casos graves e danos ao coração

    Resultados preliminares de pesquisas indicam que reinfecções e quadros clínicos graves podem ser mais comuns com a infecção pela BA.5

    Nancy Lapidda Reuters

    As subvariantes da Ômicron BA.4 e BA.5 são as linhagens do coronavírus predominantes globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Estudos recentes sobre a Covid-19, incluindo resultados preliminares de pesquisas, indicam que reinfecções e quadros clínicos graves podem ser mais comuns com a infecção pela BA.5.

    Comparado com a subvariante Ômicron anterior, BA.2, a BA.5 está associada a maiores chances de causar uma segunda infecção por SARS-CoV-2, independentemente do status de vacinação, sugere um estudo de Portugal.

    Do final de abril até o início de junho, os pesquisadores avaliaram 15.396 adultos infectados com a variante BA.2 e 12.306 infectados com BA.5. Vacinas e reforços foram igualmente eficazes contra ambas as sublinhagens, de acordo com um relatório publicado na segunda-feira no medRxiv antes da revisão por pares.

    No entanto, 10% dos casos BA.5 foram reinfecções, em comparação com 5,6% dos casos BA.2, o que sugere uma redução na proteção conferida pela infecção anterior contra BA.5 em comparação com BA.2, disseram os pesquisadores.

    Além disso, as vacinas pareciam ser menos eficazes na redução do risco de desfechos graves para BA.5 em comparação com BA.2.

    “Entre os infectados com BA.5, a vacinação de reforço foi associada a 77% e 88% de redução no risco de hospitalização e morte por Covid-19, respectivamente, enquanto maior redução de risco foi encontrada para casos de BA.2, com 93% e 94%, respectivamente”, escreveram os pesquisadores.

    Embora “a vacinação de reforço da Covid-19 ainda ofereça proteção substancial contra resultados graves após a infecção por BA.5”, disseram eles, suas descobertas fornecem “evidências para ajustar as medidas de saúde pública durante o surto de BA.5″.

    Proteína Spike do vírus danifica células do músculo cardíaco

    A proteína Spike, presente na superfície do coronavírus, usada para invadir as células do músculo cardíaco, também desencadeia um ataque prejudicial do sistema imunológico, de acordo com uma nova pesquisa.

    A proteína Spike do SARS-CoV-2 interage com outras proteínas nos miócitos (células do tecido muscular) cardíacos para causar inflamação, disseram pesquisadores na quarta-feira (27) em uma apresentação nas Sessões Científicas de Ciências Cardiovasculares Básicas da American Heart Association 2022.

    Em experimentos com corações de camundongos, comparando os efeitos da Spike do SARS-CoV-2 e da mesma proteína de um tipo de coronavírus diferente e relativamente inofensivo, os pesquisadores descobriram que apenas a proteína do vírus causador da Covid-19 causou disfunção cardíaca, aumento e inflamação.

    Além disso, eles identificaram que, em células musculares cardíacas infectadas, apenas a Spike interagia com as chamadas proteínas TLR4 (receptor-4 do tipo Toll) que reconhecem invasores e desencadeiam respostas inflamatórias.

    Em um paciente falecido com inflamação por Covid-19, os pesquisadores encontraram a proteína Spike do SARS-CoV-2 e a proteína TLR4 nas células do músculo cardíaco e em outros tipos de células. Ambas estavam ausentes em uma biópsia de um coração humano saudável.

    “Isso significa que, uma vez que o coração esteja infectado com SARS-CoV-2, ele ativará a sinalização TLR4”, disse Zhiqiang Lin, do Masonic Medical Research Institute em Utica, Nova York, em comunicado.

    “Nós fornecemos evidências diretas de que a proteína Spike é tóxica para as células do músculo cardíaco e reduzimos o mecanismo subjacente à medida que a proteína Spike inflama diretamente as células do músculo cardíaco”, disse ele à Reuters. “Mais trabalho está sendo feito em meu laboratório para testar se e como a proteína Spike mata as células do músculo cardíaco”.

    Combinação de anticorpos direcionados à Ômicron se aproxima de testes em humanos

    Uma nova combinação de anticorpos monoclonais pode prevenir e tratar infecções por Ômicron em macacos, relataram pesquisadores na segunda-feira na Nature Microbiology.

    Os anticorpos, chamados P2G3 e P5C3, reconhecem regiões específicas da proteína Spike que o vírus SARS-CoV-2 usa para entrar nas células.

    “O P5C3 sozinho pode bloquear todas as variantes do SARS-CoV-2 que dominaram a pandemia até BA.2 da Ômicron”, disse Didier Trono, do Instituto Suíço de Tecnologia em Lausanne.

    “O P2G3 vem em socorro, pois não apenas pode neutralizar todas as variantes anteriores de preocupação do SARS-CoV-2, mas também pode bloquear BA.4 e BA.5”, disse ele. “P2G3 é ainda eficaz contra algumas mutações de BA.2 ou BA.4/BA.5 capazes de escapar do bebtelovimab, o único anticorpo aprovado para as clínicas ainda exibindo atividade contra as subvariantes dominantes BA.4/BA.5”.

    Em experimentos de laboratório, as mutações que podem tornar as variantes do SARS-CoV-2 resistentes ao P2G3 não permitiram o escape do P5C3, e os mutantes de escape do P5C3 ainda foram bloqueados pelo P2G3, disse Trono. “Em essência, os dois anticorpos cobrem um ao outro, um preenchendo as lacunas do outro e vice-versa”.

    A Aerium Therapeutics planeja começar a testar a combinação em humanos no próximo mês, disse Trono, que está entre os fundadores da empresa. Se ensaios maiores eventualmente confirmarem sua eficácia, a combinação P5C3/P2G3 será administrada por injeção a cada três a seis meses em pessoas imunocomprometidas e que não tenham uma resposta forte às vacinas da Covid-19, disse a empresa.

    (Edição: Bill Berkrot)

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