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    SP já atende pacientes transferidos de Manaus; médica relata medo de colapso

    Intensivista Ludhmila Hajjar falou à CNN sobre a necessidade de adoção de medidas preventivas para evitar que capital paulista viva drama do Amazonas

    Da CNN, em São Paulo

    A cidade de São Paulo já atende pacientes transferidos de Manaus, de acordo com o relato da cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, da Rede D’or, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (15).

    “Os pacientes estão vindo muitas vezes de UTIs aéreas; outras vezes, em aviões de amigos ou familiares. Alguns chegam intubados, enquanto outros com uma quantidade menor de oxigênio”, diz a profissional de saúde.

    “Também recebemos pacientes que ainda não estão necessitando de internação, mas já estão vindo para São Paulo por medo, pela necessidade de oxigênio. Realmente, essas últimas 72 horas têm sido marcadas por uma intensidade muito grande de transferências”, afirma Ludhmilla.

    Para a médica, a maior preocupação no momento é que a situação vivenciada em Manaus se alastre para o restante do país.

    “Em São Paulo, estamos muito preocupados. Na rede privada, alguns hospitais já não estão mais aceitando transferência externa. Nos hospitais que eu trabalho estamos lotados. Tentamos abrir leitos em outros hospitais, é o que estamos fazendo, porque não dá pra falar não para Manaus.”

    Ludhmila Hajjar sinalizou para a possibilidade de reabertura dos hospitais de campanha na capital paulista, caso a demanda de Manaus pressione mais o sistema de saúde de São Paulo.

    “É bem possível que sim, tenhamos que reativar os hospitais de campanha. E, ao mesmo tempo, temos que trabalhar numa conjunção muito grande de esferas públicas e privadas”, diz a cardiologista.

    Homem deixa hospital do Amazonas para ser transferido ao Piauí
    Homem deixa hospital do Amazonas para ser transferido ao Piauí, onde receberá tratamento contra Covid-19; São Paulo também já atende pacientes vindos de Manaus
    Foto: Lucas Silva – 15.jan.2021/Secom Amazonas

    Na primeira semana de janeiro, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou, em entrevista à CNN, que os hospitais de campanha não voltarão a funcionar na capital paulista, pois a abertura de leitos permanentes descartava a necessidade de se usar estruturas temporárias.

    No entanto, Hajjar cita que, no momento, São Paulo vive “à beira de um colapso” e é necessário adotar medidas preventivas para evitá-lo.

    “É também possível que, nos próximos dias, as cirurgias e as internações eletivas de maneira geral tenham que ser bloqueadas novamente. Realmente, a situação é à beira de um colapso. Estamos vivendo com uma região em colapso, mas isso pode ser o prenúncio de um colapso mais sistêmico e, na medida do possível, temos que nos preparar”, alertou a médica.

    (Publicado por Daniel Fernandes)

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