Sociedade de Imunologia diz que vacinas do Butantan e Fiocruz são equivalentes
A Sociedade Brasileira de Imunoloiga (SBI) afirmou, em nota, que os “números totais” da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz e os da Coronavac/Butantan, “são muito semelhantes”. No texto, a entidade ressaltou que a diferença no grau de eficácia de cada vacina está relacionda aos critérios adotados para definir presença da doença e escolha dos voluntários.
O Butantan considerou um número maior de sintomas e optou por aplicar o imunizante em profissionais de saúde expostos ao novo coronavírus. Os dois fatores teriam, então, contribuído para uma taxa de eficácia total de 50,63%, contra os 62% do outro imunizante que também será utilizado no país.
“O que o estudo do Instituto Butantan nos diz é que houve redução em 50% de qualquer sintoma na população de profissionais da saúde; e a da Oxford, 62% em toda a população”, frisou a nota.
A SBI citou que não existe uma padronização mundial para estudos de vacina na fase 3, o que explica a diferença em critérios utilizados para o relato de contaminação de pessoas testadas.
No caso da vacina da AstraZeneca, foi considerada a ocorrência de um sintoma leve (como febre, dor no corpo, perda de olfato ou paladar) ou um grave, a falta de ar.
Já o Butantan, além desses sintomas, levou em conta outros, “não incluídos por outros estudos”, como náusea, vômito e diarréia: “Em consequência, este estudo abriu margem para detecção de mais casos por diagnóstico molecular, que nos demais estudos provavelmente não foram detectados – por não serem considerados sintomáticos”, conclui.
A nota citou que laboratório Moderna usou um terceiro critério para definir a contaminação: a detecção de dois sintomas leves ou de um grave.
A SBI destacou que a diferença entre os voluntários testados pelo Butantan e pela AstraZeneca também se refletiu na presença da doença nas pessoas que receberam placebo: “A taxa de incidência de casos da doença no grupo placebo do Instituto Butantan é praticamente o dobro do que se observa no grupo placebo da vacina Oxford, sendo que o número total de casos graves, nos dois estudos, também foi comparável”.
Também no texto, a SBI afirma que, no momento, a busca de vacinas contra a covid-19 é voltada para o controle de sintomas e que, ao longo do tempo, “poderemos focar na busca de imunidade que proteja da infecção”.
A entidade também destacou que nenhum dos vacionados com os dois imunizantes precisou ser internado e frisou a necessidade de vacinação, rapidamente, do maior número de pessoas.