Síndrome por vacina contra Covid-19 é raríssima, diz membro da Anvisa
À CNN, Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da agência, falou sobre os casos suspeitos de síndrome de Guillain-Barré depois da aplicação de imunizantes
O gerente-geral de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gustavo Mendes, falou, em entrevista à CNN, sobre as reações adversas das vacinas contra a Covid-19 e afirmou que são raríssimos os casos de síndrome de Guillain-Barré.
“A avaliação da Anvisa é feita com uma equipe multidisciplinar, nós somos especialistas que já estamos envolvidos há muitos anos na avaliação de vacinas, e a gente avalia tanto o critério de segurança quanto de eficácia. A equipe, que é composta por esses profissionais que fazem esse tipo de avaliação, verifica se o benefício da vacina é maior que o risco. Isso é feito com base em estudos criteriosos, que trazem a segurança de que a aprovação [das vacinas] é necessária”, disse Mendes.
O especialista afirmou ainda que todos os imunizantes que a agência reguladora aprovou cumpriram todos os requisitos necessários. “Nosso critério de avaliação é técnico e leva em conta quais são os efeitos e ou benefícios, e para todas essas [vacinas] o benefício tem superado.”
Segundo a Anvisa, o Brasil totaliza 34 casos suspeitos da rara síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a vacinação contra Covid-19. Até quarta-feira (28), a agência havia recebido 27 notificações de casos suspeitos de SGB após a imunização com a vacina da AstraZeneca, além de três casos com a vacina da Janssen e outros quatro com a Coronavac.
“Temos feito um trabalho de atualização das bulas sempre que se observa casos [de reações] que podem estar relacionados com a vacina. Mesmo que sejam casos raríssimos, como o da síndrome, nós colocamos na bula, porque se houver alguma situação, é preciso que os profissionais de saúde estejam preparados para agir adequadamente.”
Mendes ressalta ainda que essas atualizações das bulas “fazem parte do processo de qualquer vacina e medicamento”.
“Não há motivo para preocupação com essa questão porque isso faz parte do processo de monitoramento contínuo que a Anvisa tem feito e vai fazer para qualquer produto”, explicou.
Variante Delta
Sobre a variante Delta do novo coronavírus, originária na Índia, Mendes afirmou que ela realmente está associada a uma maior transmissibilidade do vírus. Entretanto, disse ele, estudos têm revelado que as vacinas contra a doença têm protegido as pessoas imunizadas dos casos graves e óbitos. “E é isso que queremos nesse momento”, finalizou.