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    Síndrome metabólica grave aumenta o risco de desenvolver câncer, diz estudo

    A síndrome é um conjunto de condições relacionadas à resistência insulínica, como diabetes e acúmulo de gordura abdominal, entre outras

    O diabetes é uma das doenças que fazem parte da síndrome metabólica
    O diabetes é uma das doenças que fazem parte da síndrome metabólica Foto: Maskot/Getty Images

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um estudo publicado na segunda-feira (11) mostrou que pessoas que possuem síndrome metabólica persistente e grave podem ter um maior risco de desenvolver vários tipos de câncer. As descobertas foram publicadas no jornal científico CANCER, da American Cancer Society.

    De acordo com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a síndrome metabólica é um conjunto de doenças caracterizadas pela resistência à insulina. A condição ocorre quando um paciente apresenta três dos cinco critérios abaixo:

    • Obesidade central: circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
    • Hipertensão arterial;
    • Glicemia alterada ou diagnóstico de diabetes;
    • Triglicerídeos a 150 mg/dL;
    • Colesterol HDL a 40 mg/dL em homens e 50 mg/dL em mulheres.

    Como o estudo foi feito?

    Para o novo estudo, pesquisadores acompanharam 44.115 adultos na China entre 2010 e 2021. Os participantes tinham uma idade média de 49 anos e foram categorizados em quatro padrões de trajetórias e pontuações (ou escores) diferentes para síndrome metabólica:

    • 10,56% exibiram um padrão baixo-estável e mantiveram uma pontuação baixa para síndrome metabólica;
    • 40,84% apresentaram padrão moderado-baixo e mantiveram pontuações moderadas a baixas para síndrome metabólica;
    • 41,46% exibiram um padrão moderado-alto e mantiveram escores moderados a altos para síndrome metabólica;
    • 7,14% apresentaram um padrão alto, no qual os escores para síndrome metabólica eram elevados e foram aumentando ao longo do tempo.

    Durante o período de acompanhamentos, 2.271 participantes foram diagnosticados com câncer. Segundo o estudo, as pessoas que apresentavam um padrão alto para síndrome metabólica tinham um risco 1,3 vezes maior para desenvolver qualquer tipo de câncer, em comparação com o grupo que apresentavam um padrão baixo-estável para a síndrome.

    Em relação ao câncer de mama, o risco foi 2,1 vezes maior; para o câncer de endométrio, o risco foi 3,3 vezes maior; para o câncer renal, o risco foi 4,5 vezes maior; para o câncer colorretal, o risco foi 2,5 vezes maior, e para o câncer de fígado, o risco foi 1,6 vezes maior.

    Ainda de acordo com o estudo, os participantes categorizados no padrão de trajetória alto apresentaram riscos mais elevados de desenvolver todos os tipos de câncer mesmo em comparação com os outros três grupos de participantes juntos.

    Além disso, segundo a pesquisa, pessoas que apresentavam síndrome metabólica grave e inflamação crônica, ao mesmo tempo, apresentaram riscos mais altos de desenvolver câncer de mama, endométrio, cólon e fígado. Já o risco de câncer renal foi predominante entre os participantes com pontuações altas para síndrome metabólica, mas sem inflamação crônica.

    “A pesquisa sugere que o manejo proativo e contínuo da síndrome metabólica pode servir como uma estratégia essencial na prevenção do câncer”, disse o autor sênior Han-Ping Shi, da Capital Medical University, em Pequim. “Nosso estudo pode orientar pesquisas futuras sobre os mecanismos biológicos que ligam a síndrome metabólica ao câncer, resultando potencialmente em tratamentos direcionados ou estratégias preventivas. Será necessária uma avaliação formal destas intervenções para determinar se são capazes de modular o risco de câncer.”