Secretário da Saúde diz que Salvador terá lockdown se população não colaborar
Taxa de ocupação das UTIs na capital baiana continua crescendo e deve ultrapassar os 85% ainda nesta terça-feira, de acordo com projeções da prefeitura
O secretário municipal da Saúde de Salvador, Léo Prates, afirmou nesta terça-feira (23), em entrevista à CNN Rádio, que a capital baiana deve entrar em lockdown se não houver a colaboração da população nas medidas de combate ao novo coronavírus.
“Nós temos limites”, alertou o secretário. “Eu considero que a gente está caminhando a passos largos para um lockdown aqui na cidade, porque nós não permitiremos perder nenhuma vida por inação do poder público.”
A gestão municipal de Salvador aumentou a oferta de leitos para pacientes de Covid-19, que hoje estão em 246. Além disso, o governo estadual está remontando o hospital de campanha na Arena Fonte Nova.
No entanto, a taxa de ocupação das UTIs na capital baiana continua crescendo e deve ultrapassar os 85% ainda nesta terça-feira, de acordo com projeções da prefeitura.
“Nós não temos dados epidemiológicos tão ruins como na primeira onda, porém a gente tem uma pressão maior sobre o sistema de saúde”, afirmou Léo Prates.
A prefeitura de Salvador alega que muitas pessoas deixaram de buscar ajuda médica ao longo de 2020 e isso se reflete num maior número de casos de AVC e infartos, o que diminui a oferta de leitos para pacientes com Covid-19.
A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que essa ocupação por outras doenças impede a execução de algumas manobras realizadas anteriormente, como a utilização de leitos da rede particular. “Nunca vivi um cenário nem parecido durante toda essa pandemia”, disse o secretário.
A Prefeitura anunciou o fechamento das praias a partir desta quarta-feira (24) como forma de restringir a circulação de pessoas na cidade.
A capital baiana já tem um toque de recolher a partir das 20h, enquanto os bares e restaurantes só podem funcionar até as 18h.