Se população não ajudar, tomaremos medidas mais duras, diz coordenador de SP
João Gabbardo afirma que especialistas que assessoram o governador João Doria (PSDB) 'não estão satisfeitos' com efeito de medidas
O Centro de Contingência de São Paulo tinha expectativas mais altas ao passar o estado para a fase vermelha de restrições por conta da Covid-19 e não descarta promover medidas ainda mais duas contra a circulação de pessoas para conter os índices da pandemia.
“Nessa nova fase vamos tirar de circulação cerca de 4 milhões de pessoas no estado, isso deve reduzir a possibilidade de as pessoas terem contato físico e a transmissão. Vamos esperar que a população ajude, estamos chegando a 90% de ocupação dos leitos e, se isso não for atendido, teremos que tomar medidas mais duras, mais dramáticas. Essa é a última alternativa que temos”, afirma João Gabbardo, coordenador do Centro, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (15).
Nesta semana, o estado de São Paulo entrou na chamada Fase Emergencial, etapa de medidas mais restritas do que a Fase Vermelha, que era então a mais restrititva do Plano São Paulo. Para Gabbardo, a falta de cumprimento das recomendações impediu um resultado mais expressivo.
“Não estamos satisfeitos com o resultado. Esperávamos que, após uma semana de fase vermelha, tivéssemos mais cumprimento das recomendações, que não tivéssemos mais aglomerações, principalmente no setor de transporte coletivo. Fizemos escalonamento de horários para não ter aglomeração, no primeiro dia parece que não teve resultado”, lamenta.
Ele disse que o governo estadual irá acompanhar os números por mais uma semana e espera que haja uma redução nas internações, “pois esse percentual de 90% é muito perigoso”.
Gabbardo comentou ainda a troca no ministério da Saúde — o cardiologista Marcelo Queiroga assumirá o lugar do atual ministro, o general Eduardo Pazuello.
“Minha expectativa é que tenhamos um ministro que possa trabalhar de forma desvinculada do presidente, que tenha autonomia. Que além da questão da vacina, vai ter que conversar com os governadores, unificar o discurso e dizer ao Brasil o que espera da população”.