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    Se não receber mais doses, Rio só tem vacina para metade dos idosos em campanha

    Existe a expectativa da liberação de insumos da China para movimentar as fábricas do Instituto Butantan, em São Paulo, e da Fiocruz, no Rio de Janeiro

    Amábyle Sandri, Beatriz Puente e Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

    No melhor dos cenários, a cidade do Rio de Janeiro só tem vacina para metade do idosos com 75 anos ou mais. Essa é a faixa etária mirada como alvo na primeira etapa da campanha municipal de imunização direcionada à população em geral. O levantamento da CNN considera dados oficiais das secretarias estadual e municipal de saúde, do prefeito Eduardo Paes, do governador Cláudio Castro e do IBGE. O cálculo leva em consideração as 325 mil doses que o município diz ter recebido até esta terça-feira (2), quando o próprio prefeito Eduardo Paes (DEM) resolveu ampliar a campanha de vacinação prevista inicialmente para idosos com 80 anos ou mais. 

    Com as doses recebidas até o momento e com o novo calendário, que incluiu idosos até 75 anos vacinados até o final de fevereiro, as vacinas vão acabar na terceira semana desse mês, sendo impossível prosseguir com a imunização caso não cheguem novas remessas.  Isso porque, o estoque de 325 mil doses só é suficiente para 52% dos 371 mil moradores da cidade com 75 anos ou mais. Antes de iniciar a vacinação em idosos, a cidade já havia vacinado aproximadamente 131 mil profissionais da área de saúde.

     

    Existe a expectativa da liberação de insumos da China para movimentar as fábricas do Instituto Butantan, em São Paulo, e da Fiocruz, no Rio de Janeiro, mas mesmo depois da chegada desse material ao país, as vacinas ainda precisariam ser preparadas, envasadas, rotuladas e despachadas até a capital fluminense.

    Até agora o estado do Rio de Janeiro já recebeu três remessas de vacina: duas da coronavac e uma da vacina de Oxford. A capital fluminense tem direito a cerca de 47,5% da vacina. Desse total, a secretaria municipal de saúde afirmou, em nota, que recebeu inicialmente 115 mil doses da Coronavac, depois mais 76 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca e agora uma nova remessa de 134 mil doses da vacina coronavac.

    Uma das possibilidades para o montante da segunda remessa ser maior do que a primeira é de que o estado tenha aberto mão da previsão inicial de segurar a reserva da segunda dose da coronavac – o que é somado a uma nova remessa da vacina. Até a publicação dessa reportagem, a secretaria municipal de saúde do Rio de Janeiro não soube dizer à CNN se as novas doses da coronavac contabilizam o que teria sido reservado como segunda dose para os profissionais de saúde que começaram a ser vacinados no dia 18 de janeiro. 

    Diferentemente da vacina de Oxford/AstraZeneca, a Coronavac precisa ter a segunda dose aplicada entre 14 e 28 dias após a primeira. Portanto, as primeiras idosas que receberam a vacina aos pés do Cristo Redentor, no dia 18 de janeiro, precisariam ser vacinadas novamente até o dia 15 de fevereiro.

     

    Na última quinta-feira,  a CNN já tinha adiantado que o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz já cogitava a possibilidade de a vacina acabar no meio da campanha. “A gente tem já algumas [outras] remessas programadas do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz, então a gente está contando também com novas remessas de vacinas para a cidade do Rio de Janeiro”, afirmou Soranz.

    “Nesse momento, a gente está muito seguro com o calendário. Pode ser que tenha algum tipo de alteração, a gente espera que não tenha, espera tentar ser o mais previsível possível pra nossa população, mas é óbvio que alguma intercorrência pode acontecer”, completou.