Saúde distribui 1 milhão de doses da Pfizer para crianças de 6 meses a menores de 3 anos
De acordo com o ministério, a previsão é de que as vacinas cheguem a todas as unidades federativas até sexta-feira (11)
O Ministério da Saúde iniciou, nesta quinta-feira (10), a distribuição de 1 milhão de doses de vacinas pediátricas contra a Covid-19 destinadas a crianças de seis meses a menores de três anos. A orientação da pasta é de que os imunizantes sejam direcionados às crianças com comorbidades nesta faixa etária.
De acordo com o ministério, os imunizantes da Pfizer devem ser enviados a todos os estados e o Distrito Federal até sexta-feira (11).
“Com o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), a possibilidade de ampliação das doses para as crianças nessa faixa etária sem comorbidades deverá ser avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec)”, diz o ministério em nota.
As vacinas contra a Covid-19 devem ser administradas simultaneamente aos demais imunizantes do calendário vacinal ou em qualquer intervalo na faixa etária de 6 meses de idade ou mais, segundo orientação do Ministério da Saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação de uso da vacina da Pfizer para imunização de crianças entre 6 meses e 4 anos de idade no dia 16 de setembro.
O aval da agência deu sinal verde para vacinar crianças menores de 3 anos de idade, o que ainda não acontece no país. Hoje, a imunização de crianças maiores de 3 anos acontece com a dose pediátrica da Coronavac e da Pfizer destinadas a essa faixa etária.
O Ministério recebeu no dia 27 de outubro o primeiro lote com 1 milhão de vacinas Covid-19 para crianças de seis meses a menores de três anos e restringiu a vacinação de apenas crianças com comorbidades desse grupo.
Questionado pela CNN na terça-feira (8) sobre a inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e sobre a lentidão no repasse às Secretarias Estaduais de Saúde, a pasta apenas informou que a distribuição estava prevista para os próximos dias.
“Essa medida é importante para vacinar crianças, com tecnologias aprovadas, para ampliar a capacidade de prevenção para essa faixa etárias — que também está sujeita às formas graves da doença”, afirma o infectologista do Hospital das Clínicas, Álvaro Furtado Costa à CNN.
Para o especialista, a ação poderia ter sido antecipada, mas é necessária ainda que tardia. “Nos pronto-socorros de pediatria nós estamos vendo um aumento nos casos de Covid-19”, completa.
Os testes com resultado positivo para Covid-19 realizados em farmácias voltaram a aumentar na semana entre 17 e 23 de outubro, de acordo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Nova onda de Covid-19
Com um novo avanço da Covid-19, também relacionado ao surgimento de novas subvariantes da Ômicron, como a BQ.1 da Ômicron, quatro estados (Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo) registraram alta de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), segundo a A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Nesta terça-feira, sete estados (Goiás, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso) informaram à CNN que solicitaram doses. Com exceção de Minas Gerais e Pernambuco, que não informaram o número de doses solicitadas, o pedido já ultrapassa em quase 4 vezes o total disponível no primeiro lote da vacina.
O estado do Paraná, por exemplo, sozinho já excede em 400 mil o disponível e deverá receber apenas 53,6 mil nesta sexta-feira (11).
Ao menos sete estados já recebem hoje (10), são eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Pará, Roraima, Tocantins, Paraíba e Rio Grande do Sul. No dia seguinte, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Paraná receberão as doses.
As orientações para a aplicação das doses e cronograma de distribuição serão formalizados em nota técnica aos estados nos próximos dias.
Quantitativo de doses para cada estado nesta distribuição:
- Acre: 3,3 mil;
- Alagoas: 17,1 mil;
- Amazonas: 28 mil;
- Amapá: 5,5 mil;
- Bahia: 70 mil;
- Ceará: 45 mil;
- Distrito Federal: 14,4 mil;
- Espírito Santo: 13 mil;
- Goiás: 35 mil;
- Maranhão: 40 mil;
- Minas Gerais: 95 mil;
- Mato Grosso do Sul: 15 mil;
- Mato Grosso: 19,4 mil;
- Pará: 50 mil;
- Paraíba: 15 mil;
- Pernambuco: 47 mil;
- Piauí: 16,1 mil;
- Paraná: 53,6 mil;
- Rio de Janeiro: 76 mil;
- Rio Grande do Norte: 17 mil;
- Rondônia: 10 mil;
- Roraima: 7 mil;
- Rio Grande do Sul: 48 mil;
- Santa Catarina: 34 mil;
- Sergipe: 12,2 mil;
- São Paulo: 206,3 mil;
- Tocantins: 9 mil.