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    São Paulo registra a primeira morte de paciente com Covid-19 por falta de leito

    Estado de São Paulo já contabiliza 71 óbitos na fila de transferência para leitos de internação em 17 cidades

    Evandro Cini, Julyanne Jucá, Giovanna Bronze e Weslley Galzo, da CNN, em São Paulo

    A cidade de São Paulo registrou a primeira morte de um paciente ocasionada por falta de leito para internação na unidade de Pronto Atendimento II do Hospital São Mateus, na zona leste da capital. O óbito foi divulgado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) na manhã desta quinta-feira (18). A CNN confirmou a informação com as autoridades municipais.

    A vítima era um jovem do sexo masculino, de 22 anos. Segundo o relatório médico obtido pela CNN, o homem era obeso e apresentava desconforto respiratório no momento em que deu entrada no hospital às 19h03 do dia 11 de março. O paciente foi mantido em observação até o dia seguinte, mas não houve evolução.

    Com o agravamento do quadro, a equipe do Hospital São Mateus cadastrou o jovem na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS) às 16h do dia 12 de março, em busca de um leito para iniciar o processo de ventilação mecânica, mas a vaga só foi cedida pelo CROSS às 17h38, cerca de 20 minutos depois da equipe médica declarar o óbito.

    A coordenação do hospital chegou a remanejar um ventilador para que o jovem fosse intubado na sala de urgência às 16h20, mas foi insuficiente para reverter o quadro; o jovem entrou em parada cardiorrespiratória logo em seguida. 

    Levantamento feito pela CNN junto às Secretarias Municipais de Saúde mostra que o estado de São Paulo tem atualmente 71 mortes de pacientes que aguardavam a transferência para leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria, em 17 municípios. Os números tendem a crescer, pois, muitas prefeituras ainda não responderam às solicitações feitas pela reportagem.

    São Paulo entrou em colapso nesta quinta-feira ao ultrapassar 90% de ocupação em leitos de UTI.  Especialistas ouvidos pela CNN explicam que níveis de ocupação acima de 90% já configuram colapso porque não há mais margem para rotatividade dos pacientes nos leitos.

    A cidade de Taboão da Serra, onde a há o maior número de óbitos, registrou todos as mortes em um período de 9 dias, entre os dias 5 e 14 de março. De acordo com a prefeitura, outros 5 pacientes faleceram na fila de espera por um leito de internação, mas as autoridades decidiram não contabilizar como óbito aguardando transferência para a UTI.

    “Os pacientes já chegaram em estado grave e faleceram em horas, por isso não estão contabilizados como a espera de leitos de UTI”, diz a nota divulgada pela Prefeitura de Taboão da Serra.

    Confira a lista de cidade que registram mortes na fila de espera:

    • São Paulo – 1 morte
    • Bauru – 7 mortes

    • Dracena – 13 mortes

    • Presidente Prudente – 2 mortes

    • Ribeirão Pires – 8 mortes

    • Taboão da Serra – 14 mortes

    • Vargem Grande Paulista – 1 morte

    • Nova Granada – 5 mortes

    • Franco da Rocha – 5 mortes

    • Mauá – 3 mortes

    • Rio Grande da Serra – 2 mortes

    • Diadema – 2 mortes

    • Itapecerica da Serra – 1 morte

    • Caieiras – 1 morte

    • Itapetininga – 1 morte

    • Urânia – 3 mortes

    • São Carlos – 2 mortes