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    São Paulo atinge o maior número de mortes por dengue em oito anos

    Agência Nacional de Vigilância Sanitária registrou a vacina para uso público e privado, mas até o momento não há acesso pelo SUS

    Felipe Souzada CNN , em São Paulo

    A capital paulista atingiu a marca de 10 mortes causados por dengue, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na terça-feira (25). Esse é o maior número registrado pela cidade de São Paulo desde 2015, com 25 óbitos.

    À CNN, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde, informou que as ações da pasta para combate à dengue, bem como a outras arboviroses, são fortes e constantes. No último dia 21 de julho, foram realizadas, segundo a prefeitura, 3.161.735 ações de prevenção ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

    No Brasil, há duas vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Dengvaxia, produzida pela Sanofi Aventir Farmacêutica e aprovada em julho do ano passado, e a Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda, aprovada pelo órgão em março deste ano.

    Segundo a agência, o registro é de autorização para uso da vacina no país, tanto para rede pública quanto para rede privada, sendo seu uso dentro das indicações e condições aprovadas pela Anvisa, mas a incorporação de vacinas é de competência do Ministério da Saúde.

    Eficácia das vacinas

    O imunizante da Sanofi-Pasteur, a Dengvaxia, é destinado a pessoas de nove aos 45 anos de idade, mas apresenta eficácia maior para quem já contraiu a doença, soropositivos, enquanto as pessoas que nunca tiveram contato com o vírus, soronegativos, apresentam risco de hospitalização grave e, posteriormente, contraem a doença, logo, aumentando um risco um quadro mais grave para estes casos.

    O imunizante deve ser aplicado em três doses com um intervalo de seis meses.

    Já a Qdenga, apresenta um valor de eficácia global de 80,2%, calculado a partir da comparação dos resultados dos participantes, conforme publicado pela Anvisa.

    Além disso, o produto é destinado à população pediátrica acima de quatro anos até adultos com até 60 anos e deve ser administrado via subcutânea, em duas doses, com intervalo de três meses.

    O que diz o Ministério da Saúde

    À CNN, o Ministério da Saúde disse que trabalha para tornar a nova vacina contra a dengue acessível a todos por meio do SUS.

    Informou também que no decorrer do mês março a pasta realizou diversas reuniões com a empresa responsável pela produção da vacina Qdenga, mas não há pedidos da Takeda Pharma Ltda. na Conitec, Comissão Nacional de Incorporação no Sistema Único de Saúde, para avaliação do imunizante.

    “Estamos seguindo rigorosamente a análise técnico-científica para garantir o acesso a vacinas que se mostrem efetivas e estamos na expectativa da apresentação da proposta de incorporação por parte da empresa, com preços que considerem a abrangência do SUS e que reflitam o compromisso social das empresas que atuam no campo da saúde pública”, disse o Secretário do Ministério da Saúde em nota publicada.

    O Ministério da saúde, completou, dizendo: “A Conitec assessora o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde pelo SUS, bem como na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). A inclusão de novas terapias e tratamentos no SUS é avaliada pela Comissão, que atua sempre que demandada, considerando aspectos como eficácia, acurácia, efetividade e segurança”.

    Em nota, a Takeda Pharma Ltda., responsável pela produção da Qdenga, afirmou que submeterá até o fim deste mês a documentação para análise da Conitec; confira na íntegra o comunicado:

    A Takeda está 100% empenhada em colaborar com o Ministério da Saúde e demais órgãos e gestores de saúde para incorporar a QDENGA® ao sistema público de saúde.

    Até o final deste mês de julho, conforme previsto em nosso planejamento inicial, submeteremos a documentação sobre a vacina para análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC/SUS).

    A inclusão de uma nova vacina no PNI demanda a elaboração de um dossiê minucioso com informações e dados sobre a vacina, além da análise de especialistas para uma proposta mais adequada de programa vacinal, e existe um rito a ser seguido para a avaliação da CONITEC/SUS.

    A vacina QDENGA® foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no dia 2 de março de 2023. Imediatamente após a aprovação, a Takeda iniciou as conversas com o Ministério da Saúde para inclusão da QDENGA® no Programa Nacional de Imunização (PNI). Recentemente, o preço da vacina foi aprovado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).

    A Takeda reforça o compromisso de trabalhar em conjunto com as autoridades da saúde para viabilizar o acesso dos brasileiros elegíveis à vacina contra a dengue também no sistema público, no prazo mais curto possível.

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    *Sob a supervisão de Thaís Magalhães

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