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    Salmonella: cientistas desenvolvem teste rápido de contaminação de alimentos

    Bactéria causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar infecções graves e levar à morte

    Pesquisadores do Canadá desenvolveram um teste rápido e barato para contaminação por Salmonella
    Pesquisadores do Canadá desenvolveram um teste rápido e barato para contaminação por Salmonella Thomas Barwick/Getty Images

    Lucas Rochada CNN

    em São Paulo

    A infecção por Salmonella acontece pela ingestão de alimentos crus ou mal cozidos contaminados com fezes de animais com a presença da bactéria. A Salmonella causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar infecções graves e levar à morte.

    Pesquisadores do Canadá desenvolveram um teste rápido e barato para contaminação por Salmonella em frango e outros alimentos. Segundo os especialistas, a ferramenta conta com um uso simples, assim como um autoteste de Covid-19.

    Os cientistas argumentam que o teste, descrito em um novo artigo na revista científica Angewandte Chemie, pode melhorar a segurança alimentar, reduzir o custo de processamento de aves e outros alimentos e ajudar a limitar amplos recalls a lotes que foram especificamente identificados como contaminados.

    De acordo com o estudo conduzido pela Universidade McMaster, em Hamilton, no Canadá, o teste fornece resultados precisos em uma hora ou menos, sem a necessidade de acessórios ou fonte de energia, em comparação com o monitoramento atual por meio de culturas de laboratório, que exigem pelo menos um dia para produzir resultados.

    “Qualquer um pode usá-lo no ambiente onde os alimentos estão sendo preparados, processados ou vendidos”, diz o coautor do estudo Yingfu Li, professor de Bioquímica e Biologia Química que lidera o Grupo de Pesquisa de Ácidos Nucleicos Funcionais de McMaster, em comunicado. “Há um equilíbrio entre custo, conveniência e necessidade. Se é barato, confiável e fácil, por que não usá-lo?”

    Proteger o público da Salmonella é uma alta prioridade para produtores de alimentos, varejistas e reguladores, já que a bactéria é uma das formas mais comuns e graves de infecção de origem alimentar, causando 155 mil mortes em todo o mundo todos os anos.

    O que faz o teste funcionar é uma nova molécula sintética de ácido nucleico, desenvolvida na universidade. Para o teste, a molécula é colocada entre partículas microscópicas como o ouro.

    A plataforma de teste reveste o interior da ponta de uma pipeta e começa a funcionar quando uma amostra liquefeita do alimento que está sendo testado é retirada para dentro do tubo. Se a bactéria Salmonella estiver presente, ela corta as partículas, permitindo que a molécula escape.

    Quando a solução é jogada em uma tira de teste de papel, a presença de Salmonella aparece como um tom visível de vermelho, graças a uma nova forma de biossensor, também criada pela equipe. Quanto maior a concentração de Salmonella, mais brilhante a cor aparece.

    “Usar esses testes é mais fácil do que usar um teste Covid, que tantas pessoas já estão fazendo”, diz o coautor Carlos Filipe, presidente do Departamento de Engenharia Química da McMaster. “Para que seja o mais eficaz e útil possível, deve ser fácil de usar.”

    A nova tecnologia foi desenvolvida com o apoio da organização de pesquisa sem fins lucrativos Mitacs e da Toyota Tsusho Canada Inc., uma subsidiária indireta da Toyota Tsusho Corporation no Japão, que planeja desenvolver a inovação para uso comercial.

    Uma vez ampliado e disponibilizado comercialmente, o novo teste pode ser um benefício significativo para os processadores de aves, para quem a Salmonella está entre os riscos de contaminação mais significativos. O teste também seria benéfico para garantir o processamento seguro de outros alimentos particularmente vulneráveis à Salmonella, como ovos, laticínios e carne moída.