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    Rio é a capital com maior taxa de mortes por Covid-19 do país, alerta Fiocruz

    Segundo a pesquisa, a taxa de letalidade na cidade está em 7,5%, ou seja, a cada 13 pessoas infectadas, uma acaba morrendo

    Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro



     

    O Rio de Janeiro é a capital brasileira com a maior taxa de mortes em consequência do novo coronavirus. De acordo com pesquisadores da Fiocruz, a taxa de letalidade na cidade está em 7,5% e isso significa que a cada 13 pessoas infectadas, uma acaba morrendo.

    A conclusão do estudo consta no boletim do Observatório Covid-19, que será divulgado nesta quarta-feira (25) pela instituição. Para se ter uma dimensão da gravidade, a taxa de mortalidade do vírus no Rio (tanto capital, quanto estado) do Brasil, que atualmente está em 2%. Na Europa a taxa mortalidade e de 1%.

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    Paciente com Covid-19 no Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre

    Para os especialistas ouvidos pela CNN, a alta letalidade está relacionada a dos dois fatores: a subnotificação, incluindo a falta de testagem, e a precarização do atendimento à saúde na esfera pública. Outro dado alarmante é o alto número de mortes ocorridas dentro de casa. Nas últimas duas semanas, a capital fluminense ultrapassou a cidade de São Paulo: foram registrados 500 óbitos no Rio contra 400 em São Paulo.

    O pesquisador e vice-diretor do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde, da Fiocruz, Christovam Barcellos, ressalta que o Rio vinha registrando uma “ligeira tendência de queda” no número de óbitos, mas de forma irregular, com altas ocasionais a partir do mês de agosto, o que seria um sinal da “vulnerabilidade da cidade a novos surtos ou mesmo a retomada dos padrões de transmissão da Covid-19 no início do ano”.

    Outro dado preocupante apresentado no estudo é o total de mortes em hospitais, porém, em leitos sem UTIs. De acordo com os registros do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), apenas 40,5% ou 5.107 óbitos das mortes por Covid-19 foram registradas em leitos de UTIs. Enquanto isso, 3.434 pessoas (27%) morreram sem ter a chance de obter um leito de UTI fora da UTI.  Surpreendentemente, 32,5% ou 4.065 das mortes não há sequer a informação se ocorreram num leito comum de hospital ou numa UTI.

    “É muito provável que a maior parte dos casos sem registro de informação de UTI tenha ocorrido fora de uma UTI. Considerando isso, conclui-se que provavelmente mais da metade da população que veio a óbito por Covid-19 no município sequer teve a chance de receber atendimento intensivo”, diz o estudo.

    O pesquisador alerta para a uma possível superlotação do sistema de saúde pública do Rio, com o grande aumento de novos casos de doentes por Covid-19. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos de UTI na rede SUS da capital, que engloba leitos dos hospitais federal, estadual e municipal está em 93%.

    Já se levarmos em conta apenas os leitos de UTI da rede municipal, somente 3% está disponível. A taxa de ocupação está em 97%, sendo 271 leitos de UTI e 264 pacientes internados em leitos comuns (último dado divulgado é de 24 de novembro, às 19h).