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    RJ: 30 mil idosos não tomaram nem a primeira dose contra a Covid-19 na capital

    Outras 69 mil pessoas acima de 60 anos não voltaram para a segunda aplicação

    Isabelle SalemeStéfano Sallesda CNN , Rio de Janeiro

    De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, cerca de 30 mil idosos não compareceram aos postos de vacinação para receber nem mesmo a primeira dose de imunizante contra a Covid-19. “É um percentual pequeno, mas são 30 mil pessoas expostas à Covid-19, com uma chance enorme de morrer. E vão ocupar os leitos”, disse o Secretário Municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz.

    Nesta sexta-feira (27), a taxa de ocupação da rede SUS na capital em leitos dedicados ao tratamento da doença é de 93%. Os últimos dados disponíveis, do início do mês, mostram que 63,1% das internações por síndrome gripal na cidade eram de pessoas acima de 60 anos.

    O prefeito Eduardo Paes foi categórico. “Esses 30 mil idosos que ainda não se vacinaram têm enorme chances de morrer, não tomaram nenhuma dose. Podem entrar, vão ocupar leitos e etc. Podem ir (se vacinar) hoje, vão se sentir bem, cheio de jovens nos postos”, suavizou.

    Dados do painel municipal de acompanhamento da doença mostram, ainda, que 69.012 pessoas acima de 60 anos não retornaram aos locais de vacinação para completar o ciclo de imunização, com a segunda dose.

    Essa é uma preocupação da Secretaria Municipal de Saúde, que tem feito busca ativa para procurar os idosos que ainda não se vacinaram. Na semana passada, o secretário Soranz afirmou que mais de 200 idosos internados em leitos destinados a pandemia não tinham sido vacinados. Pelas redes sociais, ele comentou. “Doí ver pessoas que já poderiam ter se vacinado internando gravemente por Covid-19, difícil entender o que faz alguém recusar a se vacinar em plena pandemia”, postou.

    A tentativa de resgatar quem ainda não tomou nenhuma dose de imunizante ainda acontece no momento em que a prefeitura já tem um calendário para aplicar o reforço na população acima dos 60 anos. Nos dez primeiros dias de setembro, o município do Rio prevê aplicar a vacina em residentes de instituições de longa permanência que tenham sido imunizados há pelo menos seis meses com o esquema de duas doses.

    Já o restante dos idosos começa a receber o reforço no dia 13 de setembro. A aplicação será feita de forma escalonada. Para receber a terceira dose, é necessário um intervalo mínimo de três meses entre a segunda aplicação. A expectativa é que todos os cariocas a partir dos 60 anos recebam o reforço até o dia 30 de outubro.

    Intervalo para segunda dose da Pfizer

    O Rio de Janeiro não pretende reduzir o intervalo de aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 que, atualmente, está em 12 semanas, como o da AstraZeneca. O secretário Daniel Soranz aponta pra a necessidade de definições do Ministério da Saúde com relação ao tema, para que haja oferta desse imunizante e ele possa efetivamente ser distribuídos com essa finalidade para estados e municípios.

    “É uma discussão que o Ministério da Saúde está realizando. Para que isto aconteça, é necessário que tenha vacina para isso. Há evidências científicas que permitem a redução do intervalo. A gente espera o Ministério se posicionar, para saber se haverá antecipação do contrato da Pfizer ou aumento dele. Isto está atrelado à antecipação das entregas e, sem dobrar a quantidade de vacinas, a gente não consegue fazer”, explica Soranz.

    Paes, no entanto, reforçou que é mais importante o município aplicar a terceira dose em idosos do que antecipar a aplicação da segunda dose nos mais jovens. “Nós já divulgamos o calendário por mês de vacinação para a aplicação da terceira dose nos idosos. Entre adiantar a segunda dose de um garotão saudável e aplicar a terceira dos idosos, vamos aplicar a terceira dose em idosos. Se adiante haverá outra dose, as autoridades vão dizer. Mas nosso foco aqui em 2021 é vacinar toda a população”, explicou Paes.

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