Reinfecções por Ômicron podem ser mais comuns que por outras variantes, diz estudo
Infecção pelo novo coronavírus, por duas ou três vezes, pode se tornar mais frequente com o espalhamento da variante Ômicron
A infecção pelo novo coronavírus, por duas ou três vezes, pode se tornar mais frequente com o espalhamento da variante Ômicron pelo mundo. A cepa altamente transmissível foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul no dia 24 de novembro.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Stellenbosch, da África do Sul, indica que a variante atualmente dominante no planeta está associada a uma maior capacidade de reinfecção em comparação com as outras linhagens do vírus. Os resultados foram publicados na revista Science.
De acordo com o estudo, um total de 105.323 suspeitas de reinfecções foram identificadas entre 2.942.248 indivíduos que tiveram o diagnóstico confirmado por laboratório e que tiveram um resultado positivo pelo menos 90 dias antes de 31 de janeiro de 2022.
O número de reinfecções observadas até o final da terceira onda no país, em setembro de 2021, foi consistente com a ausência de mudanças no risco de reinfecção. Embora tenham sido observados aumentos no risco de infecção primária após a introdução das variantes Beta e Delta, nenhum aumento associado foi observado no risco de reinfecção.
De acordo com a análise, a taxa de risco estimada para reinfecção em comparação com infecção primária foi menor durante as ondas impulsionadas pelas variantes Beta e Delta do que para a primeira onda.
Por outro lado, a disseminação da variante Ômicron, a partir de novembro de 2021, foi associada a um aumento no coeficiente de risco de reinfecção. Os pesquisadores identificaram que indivíduos com reinfecções detectadas desde 1º de novembro de 2021 sofreram infecções primárias em todas as três ondas anteriores, sendo visto um aumento nas terceiras infecções desde meados de novembro.
Escape da resposta imunológica
Evidências sugerem que a variante Ômicron está associada a uma capacidade significativa de escape da imunidade conferida por infecções anteriores. Por outro lado, não há evidência epidemiológica de escape imune associado às variantes Beta ou Delta, segundo o estudo.
Além disso, a variante Ômicron não é capaz de driblar totalmente a imunidade e proteção oferecidas pela vacinação. A diretora técnica da OMS Maria Van Kerkhove afirmou, em entrevista ao podcast “Science in 5”, que as vacinas permanecem “incrivelmente eficazes na prevenção de doença grave e morte, inclusive contra a variante de preocupação mais recente, Ômicron”.
Os pesquisadores defendem que os resultados poderão trazer desdobramentos no planejamento de saúde pública, particularmente em países como a África do Sul, com altas taxas de imunidade a infecções prévias.
Os especialistas recomendam o desenvolvimento de métodos para rastrear o risco de reinfecção durante a emergência de novas linhagens, incluindo refinamentos para avaliar o impacto da diminuição da imunidade, levar em conta a proteção derivada da vacina e monitorar o risco de múltiplas reinfecções.
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