Redução nas hospitalizações não representa fim da pandemia, diz especialista
Ex-diretor da Anvisa, Dirceu Barbano afirmou que a queda nos índices deve ser acompanhada com atenção pelas autoridades de saúde
Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), entre os dias 1 e 9 de fevereiro, relatou queda na ocupação de leitos de terapia intensiva por pacientes com a Covid-19 em hospitais do estado de São Paulo.
Em entrevista à CNN, neste sábado (12), o ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, diretor científico do SindHosp, afirmou que a queda nos índices deve ser acompanhada com atenção pelas autoridades de saúde.
“Temos de olhar para números ótimos como estes, de redução no número de internações em casos graves, como algo que faz parte da pandemia e não que representa o final da pandemia”, afirmou.
Segundo Barbano, a melhora no cenário epidemiológico está associada ao avanço na cobertura vacinal.
“Isso é um retrato da capacidade que se tem de convencer a população em relação aos cuidados, da capacidade que se tem de acompanhar e aprimorar a abrangência da vacinação, ampliando a sua cobertura o máximo possível, isso deveria ser o estímulo de todas as autoridades de saúde ao redor do mundo”, disse.
Segundo o especialista, a pesquisa do Sindhosp apontou ainda que mais de 90% dos hospitais que responderam às perguntas informaram ter condições de aumentar o número de leitos. No entanto, Barbano destaca que a pandemia tem provocado impactos para os profissionais de saúde.
“Profissionais de saúde continuam exaustos, trabalhando de maneira incansável durante todo o tempo, todos os dias e param quando acabam se infectando com o vírus”, disse. “Quando eles ficam adoecidos, eles precisam do cuidado, do suporte e do afastamento para que tenham condições de se recuperar. Quando eles voltarem, o trabalho vai continuar sendo necessário”, completou.
*Sob supervisão de Elis Franco