Receber vacina da Pfizer após dose da AstraZeneca é seguro e eficaz, diz estudo
O estudo, conduzido na Espanha, descobriu que o grupo que recebeu doses de diferentes farmacêuticas desenvolveu resposta imunológica ao coronavírus
Um estudo espanhol sobre o uso de vacinas diferentes contra a Covid-19 descobriu que administrar uma dose do imunizante da Pfizer em pessoas que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca é altamente seguro e eficaz, disseram os pesquisadores nesta terça-feira (18), a partir dos resultados preliminares.
O estudo Combivacs, conduzido pelo Instituto de Saúde Carlos III, da Espanha, descobriu que a resposta imunológica em pessoas que receberam uma dose da vacina da Pfizer foi entre 30 e 40 vezes maior do que em um grupo de controle que recebeu apenas a dose de AstraZeneca.
Após uma dose da Pfizer, a presença de anticorpos neutralizantes foi multiplicada por sete, significativamente mais do que o efeito de duplicação observado após uma segunda injeção da AstraZeneca.
Participaram do estudo cerca de 670 voluntários com idades entre 18 e 59 anos que já haviam recebido a primeira dose da vacina feita pela AstraZeneca, com cerca 450 voluntários tendo recebido uma dose da vacina da Pfizer.
Somente 1,7% dos participantes relataram efeitos colaterais, mas, ainda assim, limitados a dores de cabeça, dores musculares e mal-estar geral, afirmou Magdalena Campins, uma das líderes do estudo.
“Estes não são sintomas que podem ser considerados sérios”, avaliou.
Outro estudo do tipo, feito no Reino Unido, as primeiras descobertas mostraram que pessoas vacinas com uma primeira dose da Pfizer e uma segunda dose da AstraZeneca, ou o contrário, eram mais propensas a reportar reações leves ou moderadas, como dores de cabeça ou calafrios. Ainda não há dados sobre as respostas imunológicas, que são esperados para os próximos meses.
A Espanha fez seu estudo para determinar a melhor maneira de agir depois de limitar a vacinação com a AstraZeneca a indivíduos com mais de 60 anos, por conta de preocupações com o risco de coagulação do sangue de pessoas mais jovens.
Essa restrição causou incerteza generalizada e fez com que algumas pessoas mais jovens que já haviam recebido a primeira dose fossem impedidas de receber a segunda dose.
“Os resultados desta pesquisa mostram que é possível vacinas pacientes que já receberam a primeira dose da AstraZeneca, mas a decisão do que fazer não cabe aos autores do estudo”, disse Jesus Antonio Frias, diretor clínico do Instituto Carlos III.