Realidade é diferente da Europa, diz secretário de Saúde de SP sobre 2ª onda
Para secretário de Saúde Jean Gorinchteyn, flexibilização no estado não terá mesmo resultado que em países europeus, com nova onda de infecções
Questionado se a flexibilização da quarentena no estado de São Paulo – com nova fase anunciada nesta sexta-feira (9) – não favoreceria cenário parecido com o que acontece na Europa, onde casos de Covid-19 têm nova alta, o secretário de Saúde estadual Jean Gorinchteyn acredita que são cenários bastante diferentes. Em entrevista à CNN, ele avalia que as curvas da infecção justificam esse ponto de vista.
“Será que temos risco de acontecer [o mesmo da Europa] aqui? Dizer que não, seria uma grande mentira, mas acredito que nossa realidade também é diferente da Europa”, afirma.
“Isso se prova pelas curvas. Quando vimos a ascensão dos casos na Europa, foi muito rápido, eles fizeram lockdown, e a queda foi muito rápida”.
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Ele explica que, no Brasil, por questões sociais, não foi possível fazer o isolamento pleno. “Tivemos ascensão lenta, um platô que se manteve por muitas semanas [..], e uma queda acontecendo de forma mais lenta, de forma que ainda exista certo distanciamento, uso de máscara, algo que lá não acontecia. As pessoas foram para a rua, abriram bares, restaurantes, baladas, saíram como se nada tivesse acontecido, sem máscara”, compara.
Por esse motivo, ele reafirma que o avanço para a fase verde do Plano São Paulo não significa o fim da pandemia. “Só com a vacina vamos poder voltar ao nosso normal. Por enquanto, estamos nos adaptando a uma nova vida, em que precisamos manter todos os ritos de prevenção”, alerta.
“Ao contrário de outros países, tivemos uma história de Covid muito arrastada. Isso fez com que as pessoas, em determinado momento, se sentissem no direito de saírem e fazerem a quarentena da sua forma, quer dizer, não respeitando as regras sanitárias”, continua. “Isso coloca não só elas em risco, mas suas famílias e as estratégias regionais, como no caso do Plano São Paulo”.