Reação à vacina da AstraZeneca pode interferir no recrutamento da Coronavac
Dimas Covas, que coordena os estudos da Coronavac no Brasil, receia que voluntários fiquem com medo dos testes
A reação adversa provocada pela vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford pode dificultar o recrutamento de voluntários para a aplicação da Coronavac, vacina produzida por meio de uma parceria do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan.
A avaliação é do presidente do Instituto, Dimas Covas, que coordena os estudos da Coronavac no Brasil.
“Eu acho que é muito ruim, né? É uma vacina que estava andando bem e tem um efeito adverso que suspende os estudos e pode inclusive interferir no nosso recrutamento”, disse ele à reportagem da CNN.
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O médico se refere à pesquisa clínica que está sendo feita com a aplicação da Coronavac em profissionais da saúde.
“Depende muito de como a notícia será veiculada, porque as pessoas embora sejam profissionais da saúde são voluntários. Eu particularmente espero que não interfira”, completou Covas.
O recrutamento da terceira e última fase da pesquisa científica da eficácia da Coronavac está na metade. Faltam ainda cerca de 4 mil profissionais da saúde para serem recrutados pelo Instituto Butantan no Brasil. Serão 9 mil, ao todo, recebendo doses da vacina nesta fase dos testes.
A vantagem, segundo ele, é que a Coronavac utiliza o vírus morto e a vacina de Oxford o vírus vivo. “As pessoas podem ficar temerosas. Tem que ser bem explicado que são vacinas diferentes. Uma é de vírus morto e a outra é de vírus vivo. Tem uma diferença substancial em termos de tecnologia, mas a gente também não sabe qual foi a gravidade”,
Covas ressaltou ainda que a coronavac, entre as vacinas que estão em desenvolvimento, é uma das que tem se mostrado mais seguras, já que tem menos efeitos colaterais do que as outras, com menos de 5% dos voluntários apresentando consequências físicas da vacinação, especialmente dores no braço – o que é relativamente comum.