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    Raio-X: entenda os detalhes das vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil

    6 milhões de doses da Coronavac começaram a ser distribuídas nesta segunda-feira (18); Fiocruz quer fazer 110 milhões de doses no 1º semestre

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    Vacina Coronavac será produzida pelo Instituto Butantan
    Vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, começou a ser distribuída nesta segunda-feira (18)
    Foto: Paulo Guereta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    O Ministério da Saúde começou nesta segunda-feira (18) a distribuição das 6 milhões de doses da Coronavac autorizadas para uso emergencial no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    Por se tratar de uma vacina que depende de duas doses para garantir a imunização – e considerando que o governo federal projeta uma perda de até 5% das doses – ao menos 5,7 milhões de doses devem chegar aos braços de 2,85 milhões de brasileiros.

    Além dessas doses aprovadas pela Anvisa, o Butantan já possui cerca de 4,8 milhões de doses da Coronavac em seus estoques – cujo pedido de autorização foi feito à Anvisa nesta segunda. 

    Isso porque o lote autorizado para uso emergencial foi importado já pronto da China. Já as demais doses foram produzidas nas fábricas do Butantan, em São Paulo, a partir de insumos importados.

    Produção local da Coronavac

    O Butantan deu início em dezembro à produção local das doses da Coronavac, ao mesmo tempo em que recebia as primeiras doses importadas da vacina.

    Na ocasião, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o Butantan passaria a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, para conseguir atender a demanda de produção da vacina. “Com isso, a capacidade de produção da vacina chegará a 1 milhão de doses por dia”, disse o tucano, à época.

    Recentemente, para conseguir atingir os prazos de entrega no menor tempo possível, 124 profissionais foram contratados somente para atuarem no envase da Coronavac – outros 245 técnicos já estavam envolvidos na fabricação do imunizante.

    Nesta segunda-feira (18), o governo de São Paulo disse ter pedido autorização de uso emergencial à Anvisa para um lote de 4,8 milhões de doses da Coroanvac produzidas no Brasil. Essa autorização, segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, servirá para todas as demais doses do imunizante feitas no país.

    100 milhões de doses

    No começo de janeiro, o Ministério da Saúde assinou contrato para a aquisição dos 100 milhões de doses da Coronavac a serem produzidas pelo Butantan, que serão incorporadas no programa nacional de imunização.

    Na época, Pazuello informou que o custo o custo para vacinar cada pessoa com duas doses da vacina é de US$ 21.

    Vacina da AstraZeneca/Fiocruz

    O imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, que no Brasil será produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem algumas semelhanças com a situação da Coronavac. Isso porque a Anvisa autorizou o uso de 2 milhões de doses da vacina que foram importadas pelas Fiocruz. 

    Nesta segunda-feira (18), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o país espera receber ainda nesta semana as doses do imunizantes, produzidas na Índia.

    O Instituto Serum, responsável pela produção, acredita, no entanto, que os imunizantes só devem ser enviados ao Brasil em duas semanas. A previsão do diretor do instituto, Adar Poonwalla, ao jornal The Times of India, na última sexta-feira (15), foi confirmada  à CNN.

    Vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca
    Vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca será feita no Brasil pela Fiocruz
    Foto: Dado Ruvic – 09.nov.2020 / Reuters

    Previsão de produção da Fiocruz

    Em entrevista à CNN na noite de domingo (17), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que a instituição tem a perspectiva de produzir 700 mil doses por dia da vacina contra a Covid-19.

    “Estamos definindo duas linhas nessa produção para que não haja prejuízo em outros imunizantes”, disse Trindade. 

    A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, detalhou esse plano nesta segunda-feira (18).

    “Nosso cronograma é entregar o primeiro milhão de doses até os primeiros dias de fevereiro, depois 15 milhões de doses por mês, fechando o primeiro semestre com 110 milhões de doses entregues ao Ministério da Saúde”, disse.

    Ela disse, no entanto, que a Fiocruz ainda aguarda a chegada do Insumo Farmacêutico Ativo (Ifa) da China para que a produção local seja iniciada.

    “A partir do outono, provavelmente, a Fiocruz poderá fabricar o Ifa no Brasil. Com isso, a vacina será completamente brasileira e a capacidade de produção superará, no segundo semestre, a necessidade do Brasil. E através de um processo de transferência de tecnologia integral, a vacina passará a ser chamada AstraZeneca Fiocruz e será completamente nacionalizada.”