Quem esteve com Bolsonaro 3 dias antes de sintomas deve fazer teste, diz médico
Infectologista tira dúvidas sobre testes e contágio pela Covid-19
No início da tarde desta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que contraiu o novo coronavírus. Em entrevista à CNN, Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirmou que o ideal é que todas as pessoas que tenham tido contato com o presidente entre 48 e 72 horas antes dos sintomas até o curso da doença também devem fazer o teste para a Covid-19.
Os indivíduos devem ficar em quarentena por sete dias avaliando os sintomas, porque, por se tratar de um quadro respiratório, os sintomas tendem a aparecer entre o terceiro e o quinto dia após o contato.
Se após sete dias o teste RT-PCR der negativo e a pessoa não apresentar sintomas, pode voltar a suas atividades habituais sem problemas.
Tipos de teste
“O primeiro teste a ser feito é o PCR, que identificará o material genético do vírus. Ele vem positivo geralmente no período de três a sete dias dos sintomas. O ideal é fazer no quinto dia, isso dará a chance de positividade ainda maior”, disse o médico.
De acordo com Gorinchteyn, há dois tipos de PCR: o convencional e o tempo real. O primeiro tem uma positividade média de 70%, já o tempo real, por uma especificidade, vai para 95%. “Portanto, com este teste, a chance do resultado vir positivo é muito alta”.
Já o teste de sorologia deve ser feito, de preferência, a partir do oitavo dia dos sintomas. O teste observa duas imunoglobinas (IgM e IgG) e diz se o paciente já teve contato com o vírus.
O teste rápido, por sua vez, não tem tanta sensibilidade. “É um teste que acabamos usando como rastreio da população, e o fato de ele vir negativo não quer dizer que você possa não ter tido, porque ele tem alguns erros na sua interpretação”.
Portanto, dois exames são importantes: o PCR na fase mais precoce dos sintomas e a sorologia na mais tardia.
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Hidroxicloroquina
Bolsonaro disse nesta manhã que está se sentindo melhor depois de ter sido tratado com hidroxicloroquina e azitromicina.
O médico, porém, lembrou que ainda não há estudos científicos que comprovam a eficácia do medicamento nos quadros brandos e moderados da doença.
“O que se observou é que as pessoas que melhoraram com a cloroquina eram aquelas que iriam melhorar independentemente da medicação. Não que a medicação tenha participado na evolução de melhora”.
Já nos casos mais graves, ele disse que o tratamento com medicamento já foi abolido porque não só mostrou que não era efetivo, como também poderia desencadear outros problemas, como arritmias cardíacas.