Queda na faixa etária de internados mostra que vacinação funciona, diz SindHosp

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) em 18 de junho, mostra que 57% dos pacientes internados com Covid-19 encontram-se na faixa etária de 40 a 50 anos.

Em entrevista à CNN, o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, afirma que estes resultados são evidência de que a vacinação funciona. A diminuição da faixa etária nos casos graves de Covid-19 se dá, muito provavelmente, por conta da ampla vacinação dos idosos – antes considerados o principal grupo de risco da doença. 

Provavelmente o efeito da vacina, mas principalmente o efeito das duas doses, está começando a ser observado

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp

Outro efeito também documentado pela pesquisa, foi o crescimento de 20% nas internações clínicas em relação às duas semanas anteriores, mas a diminuição de 6% nas internações em UTI neste mesmo período. De acordo com Balestrin, isso pode indicar que os casos de maior gravidade estão diminuindo. “É uma queda pequena, mas é uma luz no fim do túnel”.

Ele alerta, no entanto, que continuamos numa situação grave. Os mais jovens têm maior chance de recuperação da doença, por terem um organismo mais sadio e mais forte. No entanto, justamente por isso eles ocupam os leitos de UTI por mais tempo que os idosos.

“Isso diminui a rotatividade dos leitos. Então, a médio prazo pode dar um problema grande, pois mesmo tendo menos pessoas, se elas ficarem o dobro de tempo internadas, vai ser mais difícil liberar os leitos para aqueles que estão chegando”, Balestrin explica.

O risco de ter, de novo, aquelas cenas que vimos a 60 dias atrás existe. Filas, dificuldades de leitos, falta de kit intubação, dificuldade com estoques de oxigênio e outros produtos

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp

O médico ressalta também que não é apenas porque o número de idosos internados diminuiu que a porcentagem de jovens aumentou. “Em números absolutos, a internação de mais jovens vem aumentando.”

Isso a tem a ver com a maior circulação do vírus de forma geral, ele explica: “As pessoas já estão com uma exaustão em relação a tudo que está acontecendo. Seja exaustão pessoal, familiar ou financeira.” E faz o apelo para que aqueles que ainda tem a opção de ficar em casa, fiquem.

Mesmo com esse cenário difícil, os resultados da pesquisa mostram que podemos ter a esperança de melhora conforme a vacinação avança nas demais faixas etárias. “Tudo que precisamos nesse instante é insistir, que o ritmo de vacinação dobre, triplique”, Balestrin completa, “o único remédio que se tem hoje chama-se vacina.”

*Sob supervisão de Layane Serrano