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    Programa liderado pela OMS quer comprimidos contra Covid-19 por US$ 10, diz documento

    Comprimido molnupiravir, da MSD, provavelmente será um dos remédios; ação visa garantir que países pobres tenham acesso a vacinas, exames e tratamentos

    Francesco Guarascioda Reuters

    Um programa liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir que países mais pobres tenham acesso a vacinas, exames e tratamentos contra a Covid-19 quer obter antivirais para pacientes com sintomas leves por não mais que US$ 10 (equivalente a R$ 55) por tratamento, revela um esboço de documento obtido com exclusividade pela Reuters.

    O comprimido experimental molnupiravir, da MSD, provavelmente será um dos remédios. Outros medicamentos para tratar casos leves estão sendo desenvolvidos.

    O documento, que delineia os objetivos do Acelerador de Acesso a Ferramentas contra a Covid-19 (ACT-A) até setembro do ano que vem, diz que o programa quer entregar até cerca de 1 bilhão de exames de Covid-19 a nações mais pobres e obter medicamentos para tratar até 120 milhões de pacientes em todo o mundo entre os cerca de 200 milhões de casos novos que estão previstos para os próximos 12 meses.

    Os planos sublinham como a OMS quer reforçar os suprimentos de remédios e exames por um preço relativamente baixo depois de perder a corrida da vacina para nações ricas que ficaram com uma grande parcela dos suprimentos mundiais – deixando os países mais pobres com poucas doses.

    Um porta-voz do ACT-A disse que o documento, datado de 13 de outubro, ainda é um esboço e não quis comentar seu conteúdo antes de ele ser finalizado.

    O documento também será enviado a líderes globais antes da cúpula do G20 em Roma no final deste mês.

    O ACT-A pede ao G20 e outros doadores um financiamento adicional de US$ 22,8 bilhões até setembro de 2022, que será necessário para comprar e distribuir vacinas, remédios e exames a nações mais pobres e diminuir as grande disparidades de suprimento entre países abastados e menos avançados.

    Até agora, os doadores prometeram US$ 18,5 bilhões ao programa.

    Os pedidos financeiros se baseiam em estimativas detalhadas sobre os preços dos remédios, tratamentos e exames, que representarão as maiores despesas do programa, assim como o custo de distribuição das vacinas.

    Embora o documento não cite explicitamente o molnupiravir, o documento do ACT-A espera pagar US$ 10 por tratamento de “novos antivirais orais para pacientes de casos leves/moderados”.

    Outros comprimidos para tratar tais pacientes estão sendo desenvolvidos, mas o molnupiravir é o único que já mostrou resultados positivos em testes de estágio avançado. O ACT-A está conversando com a MSD e com produtores de genéricos para comprar o medicamento.

    O preço é muito baixo quando comparado com os US$ 700 por tratamento que os Estados Unidos concordaram em pagar por 1,7 milhão de tratamentos, mas um estudo da Universidade Harvard estimou que o molnupiravir poderia custar cerca de US$ 20 se produzido por fabricantes de genéricos e, possivelmente, chegar a US$ 7,7 em regime de produção otimizada.