Profissionais que fingirem aplicar vacinas podem ter registro cassado, diz Cofen
Em entrevista à CNN, representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) disse que casos são apurados ética e criminalmente
A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai ouvir, nesta quarta-feira (17), a técnica de enfermagem suspeita de simular a vacinação contra Covid-19 de um idoso. O caso foi registrado em Niterói, região metropolitana do RJ.
Coordenadora da Câmara Técnica de Atenção à Saúde do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Viviane Camargo disse, em entrevista à CNN, que profissionais envolvidos em casos de falsas vacinações poderão ter o registro cassado.
“É importante ressaltar que essas pessoas vão responder tanto ética quanto criminalmente. A Polícia Civil investiga esses casos e nós vamos fazer a parte ética, inclusive com a cassação do direito de exercer a profissão, caso seja identificada que ela tenha feito isso de forma intencional”, explicou Viviane.
A representante do Cofen destacou que a entidade tem orientado os profissionais a mostrarem as seringas com vacinas contra Covid-19 antes e depois da aplicação nas pessoas.
Se o próprio vacinado ou um acompanhante perceber que o conteúdo não foi aplicado, a orientação é que o caso seja denunciado.
“Deve-se fazer uma denúncia ao Conselho Regional de Enfermagem do estado, que pode encaminhar ao Ministério Público. [O MP] vai nos remeter casos que tenham envolvimento de profissionais de enfermagem”, detalhou.
Para Viviane, é pouco provável que técnicos de enfermagem apliquem de forma incorreta vacinas se perceberem o erro. “Por experiência, é muio difícil que a pessoa enxergue que não tem nada na seringue e ‘aplique ar'”, afirmou.
Ela destacou que os casos de falsa vacinação são raros e toda a classe profissional não deve ser desmerecida pelo trabalho no combate à pandemia de coronavírus.
“Estamos na linha de frente tanto na assistência aos pacientes quanto na vacinação em si. Essas questões precisam ser tratadas como exceção. Os profissionais de enfermagem estão lá para cuidar das pessoas.”
(Publicado por Sinara Peixoto)