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    Produção de máscaras PFF2 contra Covid-19 cai 30% no país, segundo associação

    Fabricantes de álcool em gel veem estabilidade, enquanto a indústria de luvas sente tendência de queda

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    A produção de máscaras PFF2, usadas contra a Covid-19, caiu cerca de 30% desde o início deste ano, segundo a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg).

    A queda foi observada após o pico de casos da variante Ômicron e tende a crescer com o fim da exigência do equipamento em várias cidades.

    Um levantamento da CNN mostra que 14 capitais e o Distrito Federal desobrigaram o uso de máscaras em qualquer ambiente e outras oito capitais, apenas em espaços abertos.

    O diretor executivo da Animaseg, Raul Casanova Junior, contou que o aparecimento do coronavírus mudou o cenário nacional de fabricantes de PFF2, que antes tinham as indústrias como principal público-alvo.

    Segundo ele, pré-pandemia, dos 14 milhões mensais de unidades, apenas 1 milhão ia para o setor médico, número que cresceu dez vezes após a chegada da Covid-19. Já a produção chegou a 50 milhões de unidades em novembro do ano passado, incluindo todo o mercado comprador.

    Em relação às empresas, antes da pandemia, 28 empresas produziam máscaras – 20 delas fabricantes nacionais, três com produtos nacionais e importados e cinco importadoras.

    Em novembro do ano passado, esse número havia subido para 65. “Muita gente comprou maquinário e entrou nesse mercado porque o preço era convidativo”, relatou Casanova Junior.

    O diretor executivo da Animaseg contou que, em 2021, a demanda por máscaras teve uma redução, registrou novo aumento após a disseminação da variante Ômicron e voltou a cair. Com esse novo cenário, as empresas fazem planos.

    “Têm outros fatores que fazem com que a gente acredite compensar essa queda. Com o fim do estado de emergência, os nossos fabricantes vão poder voltar a exportar. A gente já sente que existem países interessados em opções ao mercado chinês e o Brasil é um dos que têm capacidade de suprir”, colocou à CNN.

    Desde 2020, está em vigor uma lei que proíbe a exportação de produtos médicos, hospitalares e de higiene necessários ao combate da pandemia.

    A determinação fica em vigor enquanto durar o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Os empresários aguardam a queda do Espin para a retomada das vendas internacionais.

    Além disso, a Animaseg acredita que o próprio mercado brasileiro vai chegar ao fim com uma maior demanda por máscaras. “Acho que não vai voltar ao que era antes. Muita gente está usando independente da lei.

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    As pessoas ficaram educadas (pra esse uso). Essas máscaras protegem, além da Covid, de qualquer vírus e bactéria”, avaliou.

    A avaliação é compartilhada por Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), entidade que representa fabricantes de máscaras de diversos tipos, luvas e álcool em gel.

    “Estamos criando um hábito que toda vez que estivermos em um lugar de aglomeração muito grande, ou quando estivermos com um resfriado ou gripe, vamos seguir o estilo oriental de usar máscaras, algo que chineses e japoneses já faziam”, pontuou.

    Segundo Fraccaro, os fabricantes de álcool em gel ainda não sentem desaceleração na demanda. Para ele, o produto acabou entrando no dia a dia dos brasileiros, como uma espécie de “pia portátil”, que ajuda na higiene e está presente em bolsas, mesas e dispensers.

    Já a indústria de luvas começa a sentir uma tendência de queda. O superintendente da Abimo defende que o resultado é mais reflexo de um cenário político do que de consumo.

    “O imposto de importação desses produtos continua zerado, como se o Brasil não tivesse condições de atender sua demanda. Com a pandemia, as empresas se reorganizaram e hoje o Brasil poderia perfeitamente atender praticamente 90% das demandas de luvas e de 60% a 70% das máscaras”, declarou à CNN.

    Para Fraccaro, o novo momento da indústria desses equipamentos tão requisitados durante a pandemia depende de igualdade para competir com o mercado internacional.

    Procurado pela CNN, o Ministério da Economia afirmou que, “no âmbito da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), declarada pelo Ministério da Saúde mediante a Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, a Resolução Gecex nº 17, de 17 de março de 2020, reduziu temporariamente as alíquotas do Imposto de Importação de produtos considerados estratégicos para o combate à pandemia do novo coronavírus, entre eles o álcool etílico, desinfetantes, luvas e máscaras”

    “Essa redução foi prorrogada, até 30 de junho de 2022, pela Resolução Gecex nº 273, de 18 de novembro de 2021. Quanto à possibilidade do fim antecipado da medida de emergência, recomendamos buscar informações com a assessoria do Ministério da Saúde”, finalizou o Ministério da Economia.

    O Ministério da Saúde foi procurado, mas ainda não se manifestou.

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