Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Produção da vacina contra a Covid-19 em SP é uma esperança, diz infectologista

    Instituto Butantan vai produzir vacina para testes. Para Alexandre Naime, infectologista da Universidade Estadual Paulista, no entanto, vacina não é garantia

    O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (11) que a vacina contra o novo coronavírus, que será produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a gigante farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, estará disponível até junho de 2021.

    Em entrevista à CNN, Alexandre Naime, infectologista chefe da Universidade Estadual Paulista (Unesp) explicou quais são os próximos passos da produção da vacina no país e afirmou que a “produção no Brasil é uma esperança, mas não é uma garantia”. 

    Leia também:
    Doria: ‘Em três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados no Brasil’

    Farmacêutica começa etapa final de testes de vacina contra a Covid-19 em julho

    “Nós podemos ter esperança [na vacina], sim. Essa vacina é baseada em pedaços do coronavírus que vão estimular a memória imunológica, na tentativa de desenvolver anticorpos que possam neutralizar uma possível infecção pela Covid-19. Essa fase inicial se mostrou promissora e logo após essa parte, estudos de segurança devem ter sido conduzidos pela China.”

    “Agora a gente recebe a vacina para a fase três, que é a fase mais importante da pesquisa clínica em seres humanos. Os testes serão feitos com pessoas que potencialmente vão se infectar e verificar se elas vão se proteger ou não. Essa parceria com o Butantan é muito importante, visto o impacto da pandemia no Brasil e que a gente possa testar esta estratégia como prevenção”, completou. 

    O especialista disse ainda que, nesta fase, voluntários serão recrutados para testar a vacina e que eles serão divididos entre quem irá receber a imunização e o outro grupo receberá o placebo. 

    “Como você precisa de uma larga produção para testar esta vacina, essas parcerias com grandes laboratórios é fundamental para que a gente consiga dar este passo fundamental. O espaço de tempo varia de três a seis meses, mas a resposta nós teremos no ano que vem.”

    “É importante deixar claro que esta vacina é uma esperança, um grande passo, mas não é uma garantia de que ela vai funcionar. Ela tem ótimos resultados em animais, mas precisa demonstrar isso na fase três”, reforçou. 

    Naime assegurou que a produção da vacina no Brasil servirá para melhorar a ‘expertise’ e o parque tecnológico de ciência nacional. 

    “Aprendemos com a pandemia que desmontar a pesquisa e ciência no Brasil é algo altamente perigoso. Quando a gente mais precisou da ciência no país nós tivemos dois a três anos de sucateamento das insituições públicas de pesquisa. Vamos aproveitar este momento para reforçar a nossa pesquisa. O preço também irá cair, diferente se fosse importado”, concluiu.

    (Edição: Marina Motomura)