Preconceito é barreira para tratamento contra o HIV no Brasil, diz chefe de saúde do UNICEF
À CNN Rádio, Luciana Phebo repercutiu a notícia de que quase metade dos casos notificados no Brasil corresponder a pessoas de 15 a 29 anos de idade
O 1º de dezembro marca o Dia Mundial da Luta contra a Aids.
Dos 40.880 casos de HIV notificados em 2021, quase a metade correspondeu a pessoas de 15 a 29 anos de idade.
O UNICEF, o UNAIDS, a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS realizaram uma pesquisa com jovens que vivem com HIV, para entender a avaliação deles sobre o atendimento nas unidades de saúde das capitais brasileiras.
À CNN Rádio, a chefe de saúde do UNICEF no Brasil Luciana Phebo destacou que o “estigma do preconceito” ainda é uma barreira no País para as pessoas buscarem tratamento.
“A pesquisa revelou que 64% das pessoas se sentiram acolhidos ao receber o diagnóstico, mas, ao mesmo tempo, 36% não se sentiram”, completou.
Este sentimento, segundo ela, “impede a adesão ao tratamento, que é tão importante não só para a pessoa, mas para toda a coletividade.”
Luciana destaca que o tratamento deve acontecer o mais rapidamente possível, para “manter a carga viral indetectável.”
“Isso significa que ela também não transmitirá o vírus, quebrando o ciclo da disseminação”, completou.
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A especialista defende que haja investimento na capacitação da equipe.
“Essa capacitação não deve ser só técnica, mas também sobre relação interpessoal, para ensinar como acolher o jovem que recebe o teste positivo, como acolher quem vive com o vírus”, disse.
A chefe do UNICEF reforçou que o tratamento no Brasil “sempre foi referência no mundo”, mas que o programa de saúde na escola é uma pauta que “deve ser discutida, focando na juventude e adolescência”.