Podemos confiar em estudo de outros países, diz ex-Anvisa sobre fase 3 de testes
Anvisa retirou nesta quarta-feira (3) a exigência de estudo em fase 3 para vacina contra Covid-19
O ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Claudio Maierovitch afirmou, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (3), que podemos confiar em estudos de vacinas contra a Covid-19 em fase 3 de testes realizados em outros países desde, claro, se conduzidos de maneira correta.
A declaração veio após a agência reguladora modificar os requisitos mínimos para pedidos de uso emergencial de imunizantes. A partir de agora, não haverá mais a exigência para que a vacina tenha testes da fase 3 no Brasil.
“Isso era uma novidade porque a maior parte dos medicamentos e vacinas que existem no Brasil não realizaram estudos aqui, foram realizados em outros países e analisados no Brasil”, disse.
“Nós temos que observar, sim, que a vacina tenha qualidade na sua produção, que ofereça segurança e que tenha eficácia nos seus resultados. Isso é importante mesmo que tenham sido feitos testes no Brasil ou com a população brasileira”, prosseguiu.
Maierovitch falou ainda sobre a urgência de termos mais imunizantes contra o novo coronavírus no país e no mundo.
“Há dois aspectos quando se pensa em estudos realizados no território nacional. Um é em relação às condições de aplicação [quanto] ao funcionamento do sistema de saúde, ao clima brasileiro. Isso, neste momento, não importa. Isso não vai fazer diferença, o mundo é bastante heterogêneo em relação a isso”, argumentou.
“A outra preocupação pode ser quanto às características genéticas do povo brasileiro, e o Brasil é uma terra de muita variação genética. Para que houvesse representatividade, realmente, teríamos que realizar estudos enormes, que nunca foi o caso. Então, nós podemos confiar em estudos feitos, desde que conduzidos de maneira adequada, seja na Europa, na Ásia, na América do Norte, para este momento. Não podemos deixar de pensar o tempo todo no tamanho da emergência que vivemos, na gravidade do que é adiar uma vacina, postergar uma solução.”
(Publicado por Sinara Peixoto)