Pesquisa aponta que 77% dos brasileiros apoiam passaporte da vacina no ensino
Além do comprovante, a população também se mostra cautelosa no que diz respeito ao uso de máscaras na prevenção contra a Covid-19
A maior parte dos brasileiros é favorável ao passaporte da vacina como medida exigida no retorno às aulas presenciais. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto FSB Pesquisa, 77% da população é a favor da exigência do comprovante de vacinação por escolas e faculdades.
Além do comprovante, a população também se mostra cautelosa no que diz respeito ao uso de máscaras na prevenção contra a Covid-19. Pelo menos 70% dos entrevistados disseram que continuariam a frequentar supermercados e a viajar de avião ou ônibus com o equipamento de proteção.
Para a pesquisa, foram entrevistadas 2.015 pessoas com 16 anos ou mais em todos os estados do país e no Distrito Federal, entre 1º e 5 de abril.
“A população reconhece que a vacinação foi um fator determinante para o enfrentamento da crise sanitária e o Brasil é um dos países que se destaca pelo alto índice de cobertura vacinal. Estamos em um cenário de menor gravidade da pandemia, propício ao retorno das atividades econômicas a um ritmo próximo da normalidade, com retomada do emprego”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em comunicado.
Detalhes da pesquisa
A pesquisa revelou que 79% dos entrevistados apoia a vacinação infantil. O índice permanece o mesmo entre quem tem filhos ou não. Entre os pais de crianças de 5 a 17 anos, 70% já vacinaram todos os filhos, contra 18% que ainda não vacinaram nenhum deles.
A maioria da população (61%) também defende a adoção do passaporte de vacina em outros estabelecimentos, além de escolas e faculdades. De acordo com a pesquisa, também foi apontado um aumento da adesão à medida pelos próprios estabelecimentos: 27% da população teve de apresentar o comprovante de vacinação para entrar em algum dos locais nos últimos três meses. Esse índice foi de 18% em novembro de 2021.
“Esse resultado reflete a confiança da população na vacina. As pessoas se sentem mais seguras em relação à Covid-19 quando estão próximas de quem já se vacinou”, diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A pesquisa aponta uma grande adesão à vacinação contra a Covid-19 no país. Entre os entrevistados, 95% afirmaram ter recebido pelo menos uma dose – e a maioria (82%) pretende tomar a dose de reforço e completar o esquema vacinal. De acordo com a pesquisa, para 33% da população o medo de conviver com pessoas não vacinadas é considerado grande ou muito grande.
Uso de máscaras
Diante da flexibilização do uso de máscaras por estados e municípios, o brasileiro parece ainda não estar preparado para abrir mão do equipamento de proteção.
A maioria dos entrevistados afirmou que manteria o uso de máscaras em supermercados (73%), viagens de ônibus ou avião (70%), no comércio de rua (64%), nos shoppings (61%) e no trabalho (59%). O índice fica acima de 40% em atividades como cinemas, bares, restaurantes, shows e academias.
Nos últimos seis meses, o número de pessoas que usam máscaras em lugares abertos e fechados caiu quase pela metade – passou de 55% em novembro de 2021 para 29% em abril deste ano – enquanto houve um aumento entre os adeptos apenas em lugares fechados (de 40% para 53%). Já 17% disseram que não estão usando mais máscaras contra 4% em novembro de 2021.
“É precoce dizer que o uso das máscaras continuará a ser um padrão entre os brasileiros mesmo com o fim da obrigatoriedade. Os índices de contaminação e óbitos por Covid-19 estão muito presentes na memória da população. Precisamos continuar a avaliar esse comportamento nos próximos meses”, pondera Azevedo.
Gravidade da pandemia
A pesquisa também revela a proximidade dos impactos da pandemia entre a população. Do total de entrevistados, 61% conhecem alguém que morreu de Covid-19 e 35% afirmaram que já tiveram a doença, sendo que 5% foram contaminados nos últimos três meses.
O número de pessoas que avaliam a crise sanitária como grave ou muito grave passou de 89% em abril de 2021, quando os casos e óbitos estavam em alta, para 40% em abril deste ano.
Os índices apontam que as pessoas também estão saindo mais de casa. Cerca de 95% dos entrevistados foram ao supermercado nos últimos três meses e 84% frequentaram comércio de rua. Ir ao shopping (45%) e viajar de avião ou ônibus (36%) também faz parte da rotina de uma parcela relevante da população.