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    Pesquisa: 46% dos homens acima dos 40 anos vão ao médico apenas quando sentem algo

    Levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia também mostra que câncer de próstata é o principal medo em relação às doenças urológicas

    Renata Souzada CNN , em São Paulo

    Uma pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revela que 46% dos homens acima dos 40 anos vão ao médico somente quando apresentam algum sintoma. O levantamento divulgado nesta quarta-feira (1º) ouviu 1.500 pessoas de todas as regiões do Brasil, em um questionário virtual.

    O percentual sobe para 58% quando selecionados apenas os entrevistados que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).

    “Ir ao médico regularmente te possibilita avaliar qual o melhor momento de realizar exames de rastreamento e qual o melhor exame a ser realizado, favorecendo o diagnóstico precoce de algumas doenças”, orienta a médica oncologista Alyssa Miranda, integrante do projeto Cuida.

    A pesquisa mostrou ainda que o câncer de próstata é o principal medo em relação às doenças urológicas, com 58% das respostas. Na sequência está a impotência sexual, com 37%.

    Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgados em 2022, este câncer é o segundo mais comum entre os homens no país, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

    A estimativa do Inca é de 72 mil novos casos dessa forma de tumor maligno no país a cada ano até 2025. Pensando nisso, a campanha Novembro Azul se dedica a combater o câncer de próstata — uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga, cuja principal função é produzir esperma.

    Diagnóstico precoce

    De acordo com especialistas, o diagnóstico precoce é sempre melhor para o tratamento. No caso do câncer de próstata, manter um rotina de cuidados é essencial para descobrir o tumor ainda na fase inicial, porque neste período o paciente não costuma ter sintomas.

    “As doenças que não produzem sintomas podem progredir e com isso perdermos a janela de oportunidade de cura, manutenção da qualidade de vida e uma maior longevidade”, explica o médico urologista Roni Fernandes, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.

    Quando as manifestações clínicas começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores desse tipo já estão em fase avançada, segundo informações do Ministério da Saúde. Nesta fase, os sintomas são:

    • Dor óssea;
    • Dores ao urinar;
    • Vontade de urinar com frequência;
    • Presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

    Vale destacar que ardência/dificuldade para urinar não é um sintoma da doença, embora possa indicar alguma outra patologia. No levantamento da SBU, 44% dos entrevistados acreditavam que este era um sintoma do câncer de próstata.

    Como fatores de risco para a doença estão: histórico familiar (pai, irmão e tio); raça (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer) e obesidade.

    A recomendação é de que homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, consultem o urologista para conversar sobre o exame de toque retal e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico).

    Tabu

    Apesar das orientações, o tabu envolvendo a saúde masculina, especialmente em relação ao exame de toque retal, continuam sendo um obstáculo.

    “Infelizmente, um dos principais empecilhos para que o homem realize seus exames de rotina é o preconceito e o tabu, associado ao medo, vergonha e falta de informação adequada”, destaca.

    Mas a médica explica que o exame clínico é “rápido, indolor e que não fere a masculinidade do homem e, associado ao PSA, feito por exame de sangue, aumentam a chance dessa doença ser diagnosticada de forma mais precoce”.

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