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    Perda de olfato pode estar relacionada à insuficiência cardíaca, sugere estudo

    A redução da capacidade olfativa é comum no envelhecimento e está associada a uma menor qualidade de vida; nova pesquisa buscou avaliar a relação entre olfato e saúde cardiovascular em idosos

    Gabriela Maraccinida CNN

    Perder ou ter o olfato reduzido pode estar relacionado a um maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca, segundo um novo estudo, publicado no dia 7 de junho. De acordo com a pesquisa, identificar o déficit no olfato, comum no envelhecimento, pode ajudar a prever a doença cardíaca.

    O trabalho, publicado no Journal of the American Heart Association, é mais um dos estudos que investigam a relação entre a perda de olfato e a saúde de idosos. Segundo Honglei Chen, principal autor do estudo e professor do departamento de epidemiologia e bioestatística da Faculdade de Medicina Humana da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, já é conhecido que o olfato reduzido é um marcador de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e demência.

    “Estamos aprendendo que o olfato pode significar muito para a saúde dos idosos, e isso nos levou a explorar como ele pode estar relacionado a outras doenças além da neurodegeneração”, afirma, em comunicado publicado no site da American Heart Association.

    Pesquisas mostram que 1 em cada 4 pessoas apresentam comprometimento olfativo por volta dos 50 anos. Depois dos 80 anos, esse número aumenta para mais da metade. A perda de olfato pode levar a uma menor qualidade de vida, reduzindo o prazer na alimentação e aumentando o risco de problemas de saúde por diminuir a capacidade de detectar alimentos estragados ou um vazamento de gás, por exemplo.

    Olfato e saúde cardíaca

    O novo estudo analisou dados de 2.537 pessoas inscritas no National Institute of Aging’s Health ABC Study, um estudo que investiga as relações entre condições associadas ao envelhecimento, fatores sociais e comportamentais e alterações funcionais em idosos. No momento da inscrição, em 1997 e 1998, os participantes tinham idades entre 70 e 79 anos.

    Os inscritos foram acompanhados pelos pesquisadores desde o momento em que o olfato foi testado por até 12 anos, ou até que tivessem um evento cardiovascular, ou morressem. Os cientistas buscavam uma relação entre a perda de olfato e doenças cardíacas, como infarto, angina (dor no peito), acidente vascular cerebral (AVC), morte por doença coronariana ou insuficiência cardíaca congestiva.

    O olfato foi testado pedindo para os participantes cheirarem e identificarem 12 itens de uma lista com quatro respostas possíveis. Foi atribuído um ponto para cada resposta correta. A perda de olfato era caracterizada por 8 ou menos pontos. Em análises anteriores realizadas nesses participantes, foram encontradas associações entre a perda de olfato e Parkinson, demência, mortalidade e hospitalização por pneumonia.

    No novo estudo, os participantes com perda olfativa tiveram um risco cerca de 30% maior de desenvolver insuficiência cardíaca congestiva, em comparação com aqueles que apresentaram um bom olfato. Não foram encontradas relações entre a perda de olfato e doença cardíaca ou AVC.

    Apesar dos achados, o estudo não mostra causalidade, ou seja, não é capaz de provar que a perda de olfato leva, de fato, à insuficiência cardíaca. O trabalho apenas mostra uma associação. Por isso, são necessários mais estudos para confirmar as descobertas.

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