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    Pela primeira vez, Brasil não bate meta de vacinação em 2019 e 2020 preocupa

    País não atingiu objetivos para vacinação de nenhuma doença em 2019

    Leandro Resendeda CNN

     

    Pela primeira vez na história, em 2019, o Brasil não bateu a meta mínima de vacinação para nenhuma doença —e os dados preliminares referentes ao ano de 2020 mostram um cenário preocupante em meio à pandemia do novo coronavírus.

    O Programa Nacional de Imunizações prevê 16 vacinas para crianças de até um ano, como sarampo, poliomielite, hepatite e febre amarela. Nenhuma delas atingiu o mínimo de cobertura, que vai de 90% a 95%, dependendo do imunizante.

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    Os números foram apresentados pelo Ministério da Saúde durante encontro da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) no começo deste mês. Em 2019, a cobertura vacinal da tríplice viral (contra caxumba, rubéola e sarampo) ficou em 92,6% para primeira dose, e 81,1% na segunda dose; para febre amarela, o índice ficou em 78,27%; poliomielite, que chegou a 98,2% de cobertura em 2015, não passou de 83,74% em 2019.

    Em 2020, dados ainda não consolidados e elaborados pelo Ministério da Saúde revelam cenário ainda pior. Febre amarela, hepatite B para bebês de até 30 dias e a segunda dose da tríplice viral, registraram índices de cobertura vacinal de 50,11%; 54,27%; e 55,7% segundo os últimos dados.

    Das 16 vacinas previstas para crianças, apenas duas, a tríplice viral e a pneumocócica, estão com cobertura acima de 70%.  

    De acordo com Renato Kfouri, diretor da SBIm, a cobertura vacinal já vinha caindo no Brasil até chegar a essa situação de 2019 e, com a pandemia, a situação se agravou. “Sem a vacinação, teremos surtos de doenças presumíveis, como sarampo, rubéola, difteria. Estamos pensando em segunda onda, mas teremos várias outras doenças”, afirmou Kfouri. 

    Segundo o especialista, “é difícil, mas é possível virar o jogo”, no que diz respeito às vacinações insuficientes registradas neste ano.

    “A situação é preocupante, mas os dados que temos até aqui não foram consolidados. De acordo com estudo publicado na revista Lancet, a chance de uma criança morrer de Covid-19 ao contrair a doença em um hospital é 64 vezes menor do que qualquer uma das doenças para as quais temos vacina. Precisamos tirar esse atraso”, apela.