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    “Passaporte da vacina é muito necessário para frear transmissão”, diz especialista

    Em entrevista à CNN, infectologista Alexandre Naime Barbosa explicou que não vacinados contra Covid-19 transmitem o coronavírus pelo dobro do tempo se comparados aos imunizados

    Léo LopesDuda Cambraiada CNN

    em São Paulo

    Na última segunda-feira (13), a Anvisa notificou todos os postos de fronteira, especialmente de aeroportos, para o cumprimento imediato da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina a cobrança do comprovante de vacinação para os viajantes que entram no país.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a formar maioria, com 8 votos a 0, em julgamento pela obrigatoriedade da medida no plenário virtual. Mas, na quinta-feira (16), o ministro Nunes Marques pediu destaque, fazendo com que o caso seja enviado ao plenário físico recomeçando do zero.

    O Ministério da Saúde aguarda a definição da Corte, na volta do recesso do Judiciário, para publicar uma portaria definindo as regras de entrada para os viajantes.

    Em entrevista à CNN, o chefe do Departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Unesp, Alexandre Naime Barbosa, argumentou que o passaporte da vacina é “extremamente necessário para frear a transmissão [do coronavírus] dentro do país”.

    “A pessoa não vacinada, que tem um quadro de Covid-19 leve, vai transmitir por dez dias o vírus. Já uma pessoa completamente vacinada – ainda mais com dose de reforço – o período de transmissibilidade cai pelo menos pela metade”, explicou.

    Consultor para Covid-19 da Sociedade Brasileira de Infectologia, o médico comparou as medidas protetivas necessárias contra a Covid-19 às prevenções a um acidente de carro.

    “Temos o cinto de segurança, os freios ABS, o airbag. Com a Covid-19 é a mesma coisa. A cada camada de proteção que você acrescenta à diminuição da transmissão, você aumenta a efetividade”, disse.

    Ele destaca que, à medida que são publicados os resultados dos estudos envolvendo a aplicação do passaporte vacinal e a transmissão do vírus, a restrição “está se mostrando cada vez mais eficaz do ponto de vista científico”.

    Alexandre Naime Barbosa, chefe da Infectologia da Unesp. / Reprodução/CNNBrasil/19.dez.2021

    Alexandre Naime Barbosa relembra que vários países da Europa estão adotando restrições pelo aumento expressivo de casos por causa da variante Ômicron, como a Holanda, que entrou em lockdown neste domingo (19), por exemplo.

    “Deveríamos ter alguma ação do Poder Judiciário para que essa decisão fosse tida o mais rápido possível. Não estamos em um momento em que podemos esperar mais uma ou duas semanas para tomar uma decisão. Isso tem que ser feito imediatamente”, cobrou o especialista.

    “Nós médicos na linha de frente não tiramos recesso, e assim deveriam agir todos os poderes do país”, complementou.