Para conter surto, Congo inicia vacinação contra Ebola, diz OMS
Até o momento, foram registradas duas mortes pela doença na cidade de Mbandaka, no Noroeste do país
Para conter um surto de Ebola na cidade de Mbandaka, a República Democrática do Congo iniciou uma campanha de vacinação nesta quarta-feira (27), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até o momento, foram registradas duas mortes pela doença na cidade de mais de um milhão de habitantes, localizada no Noroeste do país. Em Mbandaka, as pessoas vivem nas proximidades de ligações por terra, água e ar para a capital Kinshasa.
A primeira morte ocorreu em 21 de abril e a segunda na terça-feira (26), marcando o 14º surto de Ebola no país da África Central.
De acordo com o comunicado da OMS, cerca de 200 doses da vacina rVSV-ZEBOV Ebola foram enviadas para Mbandaka da cidade oriental de Goma e mais doses serão entregues nos próximos dias.
Até o momento, 233 pessoas que podem ter sido expostas à doença foram identificadas e estão sendo monitoradas. Três equipes de vacinação atuam na cidade, com o objetivo de imunizar todas as pessoas em alto risco.
“Com vacinas eficazes à mão e a experiência dos profissionais de saúde da República Democrática do Congo na resposta ao Ebola, podemos mudar rapidamente o curso desse surto para melhor”, disse o diretor da OMS na África, Matshidiso Moeti, em comunicado.
As florestas equatoriais do Congo são um reservatório natural para o vírus Ebola, que foi descoberto perto do rio Ebola, no norte do Congo, em 1976.
O país enfrentou 13 surtos anteriores de Ebola, incluindo um em 2018-2020 no Leste que matou quase 2.300 pessoas, o segundo maior número registrado na história da febre hemorrágica.
O mais recente terminou em dezembro no Leste e causou seis mortes. Mbandaka, capital da província de Equateur, também enfrentou surtos em 2018 e em 2020.
Testes genéticos mostraram que o surto atual foi um novo “evento de transbordamento”, o que significa que foi transmitido de animais infectados e não vinculado a eventos anteriores.
(Reportagem de Sofia Christensen; Edição de Estelle Shirbon e Bernadette Baum)